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domingo, 6 de maio de 2012

DITADURA PAGAVA APOIO DA IMPRENSA E ASSASSINOU O DONO DE REVISTA QUE NÃO CONFIAVAM


Dono da revista “O Cruzeiro” foi morto como queima de arquivo, segundo conta ex-delegado do DOPS Cláudio Guerra Os mesmos comandantes do Riocentro mandaram executar o jornalista Alexandre Von Baumgarten, em 1982, revela o ex-delegado do DOPS (Departamento de Ordem Política e Social) do Espírito Santo Cláudio Guerra, no livro “Memórias de uma guerra suja”, conta que ele próprio foi encarregado inicialmente do assassinato. O plano era simular uma morte natural, aplicando em Baumgarten uma injeção com a substância letal. A perícia, combinada, apontaria como causa da morte um infarto comum. Segundo o relato do ex-delegado a ordem de matar Baumgarten, dono da revista Cruzeiro, “partiu do SNI (Serviço Nacional de Informações) de Brasília”. À época, a Agência Central do SNI, em Brasília, era chefiada pelo general Newton Cruz. E Cláudio Guerra teria sido escalado para o assassinato - chamado de Operação Dragão - pelos seus dois chefes diretos: o coronel de Exército Freddie Perdigão (Serviço Nacional de Informações) e o comandante Antônio Vieira (Cenimar). O ex-delegado dá os nomes dos comandantes da operação, “os mesmos de sempre”: Ambos haviam sido, ainda segundo o ex-delegado, os comandantes do atentado do Riocentro, junto com o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra (comandante do Departamento de Operações de Informações do 2º Exército – DOI-Codi). “Ele (Baumgarten) ia morrer porque era um arquivo vivo. Recebia dinheiro para apoiar o governo militar, por meio do trabalho na revista. Mas, por várias razões, os militares perderam a confiança nele e decretaram sua morte. Por mais recursos que ele recebesse, queria sempre mais e mais. A ambição o transformou num chantagista.” Já outros como se vê era de confiança do regime, andavam de braços dados ao regime. Cláudio Guerra conta que juntou três homens de sua equipe e, um mês antes do desaparecimento de Baumgarten, abordaram-no numa rua do Rio de Janeiro e o imobilizaram. “Anunciei um assalto, a injeção estava comigo, mas não consegui aplicar. Baumgarten reagiu, gritou que estava sendo assassinado e acabou atraindo a curiosidade das pessoas que passavam. Tivemos que abortar a operação.” Pouco tempo depois, o técnico da antiga Companhia Telefônica do Rio de Janeiro (Telerj) Heráclito Faffe, que trabalhava em escutas para o SNI, morreu de edema pulmonar após uma estranha tentativa de assalto em Copacabana. O livro “Dos quartéis à espionagem: caminhos e desvios do poder militar”, de José Argolo e Luiz Alberto Fortunato, relata que Faffe chegou a ser atendido por médicos e contou que seus agressores aplicaram-lhe uma injeção nas nádegas. Troca de comando na operação Segundo Cláudio Guerra, depois de outra tentativa mal sucedida, o coronel Perdigão informou que a Operação Dragão passaria para ser feita por militares e por um médico “Apanharam Baumgarten e a esposa na região serrana do Rio. Ela ficou refém e ele foi para a Polícia Federal, com o delegado Barrouin”. Cláudio Barrouin Mello foi vice-presidente do Sindicato dos Delegados Federais do Rio de Janeiro e ficou conhecido ao comandar a operação que culminou na morte do banqueiro do bicho Toninho Turco. Morreu em 1998. Conta Cláudio Guerra que os assasinos de Baumgarten levaram a vítima para alto-mar. A função do médico era fazer uma incisão no seu abdomem para liberar gases e evitar que boiasse. Mas o corpo apareceu na praia. E o delegado diz ter ouvido de Perdigão e Vieira que foi por erro do médico. “Antes que eu me esqueça: o médico que abriu a barriga do Baumgarten chamava-se Amílcar Lobo”, conta o ex-delegado. Amílcar Lobo, tempos depois, teve seu registro médico cassado por ter participado de sessões de tortura no regime militar. Seu codinome era “Doutor Carneiro”. A primeira confissão do atentado ao Riocentro EX-DELEGADO DO DOPS CONTA TER PARTICIPADO ATENTADO, DÁ NOMES DOS CHEFES MILITARES DA OPERAÇÃO E CONTA O QUE DEU ERRADO “Participei do atentado ao Riocentro (durante as comemorações do Dia do Trabalhador, em 1981) e fiz parte das várias equipes que tentaram provocar aquela que seria a maior tragédia, o grande golpe contra o projeto de abertura democrática”, revela o ex-delegado Cláudio Guerra, do DOPS (Departamento de Operações Políticas e Socias), no livro “Memórias de uma guerra suja”, publicado pela editora Topbooks e é a primeira confissão de participação no atentado feita por um integrante das forças de resistência á redemocratização do país no final da década de 70. No Riocentro, bomba explodiu antes da hora do atentado previsto e matou agente de informações do Exército Cláudio Guerra conta que a bomba explodiu por engano no colo do sargento Guilherme Pereira do Rosário por um erro do capitão Wilson Luís Chaves Machado, que dirigia o Puma onde os dois estavam: “Aquela bomba era uma das três que deveriam explodir no show. O capitão Wilson estacionou o veículo embaixo de um fio de alta tensão e a carga elétrica desse fio, a energia que passava em cima do Puma, fechou o circuito da bomba, provocando a explosão. O erro foi do capitão. (...) Eu era especialista em explosivos.” O ex-delegado dá os nomes dos comandantes da operação, “os mesmos de sempre”: O coronel de Exército Freddie Perdigão (Serviço Nacional de Informações); o comandante Antônio Vieira (Cenimar); e o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra (comandante do Departamento de Operações de Informações do 2º Exército – DOI-Codi). Quanto à sua equipe, a missão seria prender esquerdistas que seriam responsabilizados pelo atentado: “Fui para lá com uma lista de nomes.” Mas deu tudo errado. Com a explosão da bomba no Puma, os militares policiais civis e os policiais civis que levavam outras duas bombas abortaram a operação. “O destino daquela bomba era o palco. Tratava-se de um artefato de grande poder destruidor. O efeito da carga explosiva no ambiente festivo, onde deveriam se apresentar uns oitenta artistas famosos, seria devastador. A expansão da explosão e a onda de pânico dentro do Riocentro gerariam consequências desastrosas. Era evidente que muitas pessoas morreriam pisoteadas.” Segundo conta Cláudio Guerra, a coordenação feita pelo pessoal de inteligência havia mandado suspender todos os serviços de apoio do Riocentro, incluindo o policiamento e a assistência médica, para que não houvesse socorro imediato às vítimas. Até as portas de saída foram trancadas e placas de trânsito com siglas da VPR (Vanguarda Popular Revolucionária) haviam sido pichadas para dar a entender que se tratava de uma ação da esquerda.
 FONTE:http://soldadonofront.blogspot.com.br/2012/05/regime-militar-pagava-apoio-da-imprensa.html
               http://memoriasdeumaguerrasuja.com.br/

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