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domingo, 26 de agosto de 2012

Sanitários ecológicos e autossuficientes não geram esgoto


O desafio é criar um sistema sanitário a um custo mínimo sem produzir poluentes 
Sanitário autossuficiente
 Quando a Fundação Bill e Melinda Gates anunciou que queria reinventar a privada , a instituição provavelmente não esperava tantas ideias inovadoras para um dispositivo tão antigo. O desafio é criar um sistema sanitário completo que dê jeito nos dejetos a um custo não superior a US$0,05 por dia por usuário, sem usar fossa séptica, sem produzir poluentes e sem depender de uma fonte externa de água. Pode parecer muito, mas já existem propostas de todas as partes do mundo. Além de elogiar e incentivar várias dessas ideias, a Fundação acaba de conceder financiamentos para o desenvolvimento de oito delas. A primeira colocada, que receberá US$400.000 para desenvolvimento do protótipo, foi apresentada pela equipe de estudantes do professor Michael Hoffmann, da Universidade Caltech, nos Estados Unidos.
                                                          Banheiro sem esgoto
 O projeto de sanitário autossuficiente usa um painel solar para alimentar um reator eletroquímico. O reator quebra quimicamente os dejetos, produzindo fertilizantes e hidrogênio, que pode ser utilizado em uma célula a combustível para gerar eletricidade. O reator também libera água, já devidamente limpa, embora não potável, que é reutilizada para dar a descarga. O excesso de água pode ser usado para irrigação. Para evitar constrangimentos, os inspetores da Fundação Gates usaram quase 200 litros de uma pasta de soja e arroz para testar a privada-conceito ecológica. E funcionou. Design de banheiro
 O segundo lugar coube ao projeto da Universidade Loughborough, no Reino Unido, cuja privada produz carvão biológico, minerais e água limpa.
 O terceiro lugar coube ao projeto dos engenheiros da Universidade de Toronto, no Canadá, cujo sistema também produz fertilizantes e água limpa.
 O Instituto Suíço de Ciência e Tecnologia Aquática recebeu a menção honrosa, graças ao design de seu toilet , considerada a privada mais bonita dentre as 22 que participaram da competição.
 FONTE: http://www.fne.org.br/fne/index.php/fne/noticias/destaques/sanitarios_ecologicos_e_autossuficientes_nao_geram_esgoto

Mídias de agosto: de Vargas ao Mensalão


Há 58 anos, naquele 24 de agosto de 1954, quando Getúlio Vargas cometeu o suicídio político mais inteligente da história, um único veículo de informação pode circular pacificamente na cidade do Rio de Janeiro, então a capital de uma República em transe: o jornal Última Hora, de Samuel Wainer. Os demais conheceram a fúria da multidão que trouxe a dor para a rua e extravazou um ressentimento que guardava no fundo do peito. E dele talvez nem tivesse consciência, até aquele momento. Consternado com a notícia do suicídio ecoada pelas rádios, o povo carioca perseguiu e escorraçou porta-vozes da oposição bélica ao Presidente. Entre lágrimas e ao mesmo tempo despida dos medos que cimentam a resignação cotidiana, elegeu seu alvo: cercou e depredou a sede da rádio Globo que saiu do ar. A radiofonia reunia então um poder e abrangência equivalentes ou superior ao da televisão nos dias atuais. A emissora do jovem udenista Roberto Marinho cumpria o mesmo papel de âncora do diretório midiático que hoje desempenha o Jornal Nacional da mesma cepa. Os veículos impressos, a exemplo do que também ocorre hoje,mantinham as aparências da legalidade. Mesmo assim, carros de entrega do diário da família Marinho foram caçados, tombados e queimados nas vias públicas. Prédios de outros jornais que haviam aderido ao ultimato pela renúncia de Vargas conheceram a força da desaprovação popular. Com a mesma manchete do dia anterior, atualizada pela fatalidade bombástica, os exemplares do Última Hora eram disputados nas esquinas por uma população desesperada e perplexa em seu luto. A tiragem extra de 850 mil exemplares, providenciada a toque de caixa por Wainer que trabalhava febrilmente, sustentou a declaração desassombrada de Getúlio, pronunciada 24 horas antes. Agora, porém, revigorada pela mão de mestre do editor: “O presidente cumpriu a palavra -"Só morto sairei do Catete!”. Nenhum outro jornal quis ou poderia estampar o recado de um morto que conduziu assim a alça do próprio caixão até o imaginário popular . E ali perpetuou a sua influência ainda inexcedível na história brasileira. Vargas fora eleito três anos antes, em 3 de outubro de 1950, aos 67 anos de idade. Mais que uma vitória, fora uma afronta à esférica oposição das classes dominantes e ao boicote da grande mídia, vitaminados pela rejeição de intelectuais, vacinados contra a virulência e a censura do Estado Novo. A campanha varguista rompeu o cerco percorrendo o país com uma frota de caminhões munidos de caixas de som. Em cada morada do voto fazia-se a ampla distribuição de panfletos. Neles, a promessa revolucionária de um Brasil nacionalista e de feição popular. Vargas confirmou o carisma nas urnas. Foram quase 4 milhões de votos, contra pouco mais de 2 milhões do brigadeiro das elites, Eduardo Gomes. A derrota, antes de aplacar açulou a esférica rejeição conservadora ao seu nome. Premonitório, o Presidente incentivou Samuel Wainer , que conhecera como repórter dos Diários Associados, de Assis Chateaubriand, a criar um poderoso aparato de imprensa diária. Queria pressa. Pediu a Wainer um antídoto ao que antevia como 'um pacto de silêncio' da grande mídia contra seu governo, que dele só trataria para denegrir. Getúlio não era persecutório, mas visionário. E não desprezava os sinais, sobretudo os ostensivos.
 Em 1950, quando admitiu em entrevista ao próprio Wainer que poderia ser candidato, Carlos Lacerda escreveu na Tribuna de Imprensa, em 1º de junho: "O senhor Getúlio Vargas, senador, não deve ser candidato à presidência. Candidato, não deve ser eleito. Eleito não deve tomar posse. Empossado, devemos recorrer à revolução para impedi-lo de governar”.
O velho caudilho sabia o que o esperava no crepúsculo da volta ao poder. Wainer montou uma empresa moderna, um jornal arrojado, com financiamento levantado junto um pool de bancos, entre eles o Banco do Brasile a Caixa Econômica Federal, mas também obteve recursos de casas privadas, através de Walter Moreira Salles. Todas as empresas de comunicação da época eram de certa forma subsidiadas pelo crédito público. Com o Última Hora não foi diferente. Mas foi objeto de uma CPI. Para desconcerto conservador o projeto de Wainer provou-se capaz de se pagar integralmente, graças ao sucesso estrondoso que acendeu a luz amarela no oligopólio midiático. Wainer foi mais um acerto da intuição de Vargas. A primeira edição chegou às ruas menos de cinco meses depois da posse do presidente, quando o cerco oposicionista ainda não o sufocava. Em 12 de junho de 1951, estavas nas esquinas do Rio e das principais capitais um diário inovador na forma e no conteúdo e fulminante logística de distribuição. Deve-se ao Última Hora a tradição da coluna dos leitores no país. A cobertura de bairro até então indigente foi elevada à categoria de pauta nobre.A política era seu forte.Mas s receita editorial buscava o olhar da multidão urbana com uma mistura de colunistas de apelo popular, como Abelardo Barbosa , o futuro Chacrinha, ao lado de intelectuais sofisticados, a exemplo de Paulo Francis e do escritor Nelson Rodrigues.
 Aos que criticavam o 'getulismo' do projeto, Wainer fazia questão de reafirmar a natureza de um conceito de independência que estarrrecia a elite e os endinheirados: somos um jornal independente porque de oposição às classes dominantes, e de apoio ao governo. Não qualquer governo. O segundo Vargas. Aquele que criaria o BNDE (sem o 's' ainda) em 1952; a Petrobras em 1953, no auge da campanha 'o petróleo é nosso' , e anunciaria um aumento de 100% do salário mínimo no 1º de Maio de 1954. Foi quando o Presidente já exausto pelo bombardeio oposicionista pronunciou talvez a sua mensagem mais importante. Mais até que o texto consagrado da carta testamento. De novo, então, foi o Última Hora que deu o destaque ao ensaio de despedida e de chamamento de um Getúlio que quatro meses depois atiraria contra o próprio peito para não ceder à pressão da mídia pela renúncia. Ao lado de João Goulart, recém afastado do governo por pressão da UDN, mas coberto de elogios pelo Presidente, que lhe creditou a paternidade do reajuste, Vargas falou aos trabalhadores que lotavam o estádio do Vasco, em São Januário:
 "A minha tarefa está terminando e a vossa apenas começa. O que já obtivestes ainda não é tudo. Resta ainda conquistar a plenitude dos direitos que vos são devidos e a satisfação das reivindicações impostas pelas necessidades (...) Como cidadãos, a vossa vontade pesará nas urnas. Como classe, podeis imprimir ao vosso sufrágio a força decisória do número. Constituí a maioria. Hoje estais com o governo. Amanhã sereis o governo"
 Era uma rota de colisão incontornável. Ao mesmo tempo em que espetara as estacas necessárias ao impulso industrializante da soberania nacional, com infraestreutura, restrições ao capital estrangeiro e expansão do mercado interno, o segundo governo Vargas indiretamente pavimentava a geometria do cerco de interesses que hoje, como ontem, se opõem a esse projeto. Estreitavam-se as linhas de ataque a sua volta; ordenadas --como previra-- pela corneta da mídia. O cacho de forças silenciado na vitória esmagadora de 1950, preservara intacta sua sonoridade junto à opinião pública. E dava estridência a uma narrativa cuja aparência ubíqua só era afrontada pela Última Hora. À medida em que a incontinência dos decibéis superava o comedimento das formalidades e contaminava todo aparato midiático conservador, o duelo tornava-se a cada dia mais desproporcional. Um entorno latejante de suspeição, corrupção e impasse aderia à imagem do governo assim apregoada dia e noite. A pressão atingiu seu auge naqueles dias finais de agosto. Cinquenta e oito anos depois do tiro que sacudiu o país, o volume asfixiante do coro conservador ainda pode ser ouvido e aquilatado. Basta potencializar - um pouco - o volume da condenação sumária sentenciada em cada linha, título, nota, coluna, fotomontagens, capas, escaladas televisivas e radiofônicas que nutrem o noticiário sobre o julgamento do chamado 'mensalão'. O sociólogo Marcos Coimbra, presidente do Instituto de Pesquisas Vox Populi, em artigo recente, já mencionado neste blog, mensurou um pedaço dessa artilharia determinada a subordinar o discernimento da sociedade. Nas quatro semanas até 13 de agosto, 65 mil textos foram publicados na imprensa sobre o "mensalão". "No Jornal Nacional da Globo para cada 10 segundos de cobertura neutra houve cerca de 1,5 mil negativos", diz Coimbra. Nas rádios, conectadas pela propriedade cruzada aos mesmos núcleos emissores, a pregação incessante é ainda mais desabrida e abusada --como naquele agosto de 1954. O cerco promovido contra o PT atinge dimensões inéditas na asfixia a um partido político em regime democrático, na avaliação do governador Tarso Genro, em artigo recente na página de Carta Maior. Entre um agosto e outro, algumas peças do paiol midiático permanecem. Outras se juntaram à tradição.Os personagens se renovam, mas o método se repete. O arsenal udenista da suspeição e da condenação sumária, avesso ao contraditório, às provas e à isenção -- despida do cinismo liberal da objetividade-- forma um fio de continuidade que atravessa a régua desses 58 anos. Compare-se alguns exemplos originários da mesma cepa de interesses e de lógica inarredável, que se encadeiam nos mesmos propósito formando um memo e único fio na linha do tempo:
 I) Março de 54: * A usina midiática de denúncias contra o governo Vargas lança uma bomba na praça . O escândalo da vez é a denúncia de que "os caudilhos populistas" Vargas e Perón (o peronismo era o chavismo da época)-- planejavam um suposto "Pacto ABC" (Argentina –Brasil –Chile). A meta era "promover a integração sul-americana formando num arquipélago de repúblicas sindicais na região contra os EUA" (qualquer semelhança com a reação ao ingresso da Venezuela no Mercosul não é apenas coincidência) * Carlos Lacerda, na Tribuna da Imprensa e na rádio Globo, e a Banda de Música da UDN no Congresso – um pouco como o jogral que hoje modula as vozes da turma da mídia "ética" - martelavam a denúncia incansavelmente. * Um ex-ministro rompido com Getúlio aliou-se a Lacerda para oferecer "evidências" das negociações entre o Vargas e Perón.A inexistência de provas – exceto a menção genérica de Perón à uma aliança econômica regional — não demoveu a mídia que deu à fraude contornos de verdade inquestionável, independente dos fatos, das investigações e dos desmentidos.
 II) Setembro de 1954: * A dramaticidade do suicídio de Vargas em 24 de agosto iluminou o quadro político e incendiou a revolta popular contra o golpismo que recuou.Mas não cedeu. Em 16 de setembro lá estava Carlos Lacerda de volta novamente nos microfones da rádio Globo. O alvo agora era João Goulart, o herdeiro político do presidente morto, adversário certo da UDN no pleito de outubro de 1955. Na voz estridente do comentarista 'convidado' de diversos programas da emissora foi lida --'em primeira mão'-- a "Carta Brandi". Uma suposta correspondência entre Jango e o deputado argentino Antonio Brandi; segundo Lacerda, a prova "definitiva" da conspiração para implantar "uma república sindicalista no Brasil". * Na efervescência da guerra eleitoral, o escândalo levou o Exército a abrir inquérito imediatamente, enviando missão oficial a Buenos Aires para investigações. Conclusão oficial: tudo não passara de uma grosseira fraude, forjada e alimentada pela imprensa anti-getulista. Inútil. * A exemplo dos que hoje sonegam às evidências contrárias o poder de mudar sentenças já pronunciadas pela mídia, Lacerda contratacou na Tribuna da Imprensa em outubro de 1955, um mês depois da derrota da UDN para JK e Jango: "(...) Se a carta não é verdadeira seu conteúdo está de acordo, mais ou menos, com o que se sabe da vida política do sr. Goulart..." Qualquer semelhança com o malabarismo denuncista dos últimos anos não é mera coincidência.
 Um exemplo eloquente dele que reúne autores, métodos veículos marcantes:
 III) Março de 2005: " Documentos secretos guardados nos arquivos da Abin informam que a narcoguerrilha colombiana Farc deu 5 milhões de dólares a candidatos petistas em 2002 .Nos arquivos da Agência Brasileira de Inteligência em Brasília há um conjunto de documentos cujo conteúdo é explosivo. Os papéis, guardados no centro de documentação da Abin, mostram ligações das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) com militantes petistas. O principal documento (...)informa que, no dia 13 de abril de 2002, (...) o padre Olivério Medina, que atua como uma espécie de embaixador das Farc no Brasil, fez um anúncio pecuniário. Disse aos presentes que sua organização guerrilheira estava fazendo uma doação de 5 milhões de dólares para a campanha eleitoral de candidatos petistas de sua predileção (...) Um agente da Abin,( NR: quem, Dadá, o repórter auxiliar de Policarpo & Cachoeira já em ação?) infiltrado na reunião, ouviu tudo, fez um informe a seus chefes, e assim chegou à Abin a primeira notícia de que as relações entre militantes esquerdistas, alguns deles petistas, e as Farc podem ter ultrapassado a mera simpatia ideológica e chegado ao pantanoso terreno financeiro. Sob a condição de não reproduzi-los nas páginas da revista, VEJA teve acesso a seis documentos da pasta que trata das relações entre as Farc e petistas simpatizantes do movimento.(Policarpo Jr.; revista Veja, edição 1896; 16 de março de 2005. Título: Laços explosivos ) Os mesmos objetivos, os mesmos métodos e a mesma elasticidade ética. A solitária trincheira do 'Última Hora' não existe mais para rebatê-los. O jornal foi comprado, sugestivamente, em plena ditadura Médici, em 1971, pela família Frias, que edita a Folha de São Paulo. Descaracterizado em imprensa sensacionalista saiu de circulação nos anos 90. Do seu vazio brotou um ramo vigoroso, igualmente inovador na forma, no conteúdo e na agilidade: o jornalismo digital independente. Juntando pedaços , porém, é impossível não temer o ectoplasma presente de Lacerda e do udenismo. Egressos da surra daquele glorioso agosto de 1954 em que a Última Hora e seus leitores reescreveram a narrativa do país direto nas ruas, eles persistem no cerco ao Catete. A qualquer Catete que dentro tenha um homem público disposto a assumir a tarefa que o mais mítico deles deixou inconclusa, porém agendada pela advertência de um estampido que sacudiu o discernimento nacional naquele 24 de agosto de 1954.
 Exemplos da linha do tempo lacerdista:
 IV) 5 de agosto de 1954:. Na madrugada de 5 de agosto, o major-aviador Rubens Vaz, foi assassinado na rua Toneleros, no Rio, em frente ao prédio onde morava Carlos Lacerda , a quem fazia escolta. Segundo a versão do próprio Lacerda, ele voltava de uma de suas conferências, desta vez no Colégio São José, cujo tema era sempre o mesmo: a necessidade de afastar Getúlio do poder, quando integrantes da guarda-pessoal de Vargas cometeram o atentato que o tinha como alvo principal. Lacerda apresentou várias versões para o episódio. Testemunhas, entre elas o jornalista, já falecido, Armando Nogueira, viram Lacerda caminhando normalmente no local após a morte de Vaz, o que contraria sua versão de que teria levado um tiro de 45’ no pé que ‘doía de forma intensa’. Os cusadaos do crime foram mantidos incomunicáveis e torturados pela polícia carioca. Lacerda jamais permitiu a perícia do revólver 38’ que portava. O boletim de registro do seu atendimento, bem como as radiografias do pé supostamente alvejado desapareceram do Hospital Miguel Couto, no Rio. Não importa, o episódio virou a gota d'água do cerco a Getúlio.
 V. Setembro de 1954: a dramaticidade do suicídio de Vargas em 24 de agosto iluminou o quadro político e incendiou a revolta popular contra o golpismo em marcha. Para Carlos Lacerda não sobrou um centímetro de segurança em terra: o "Corvo" foi obrigado refugiar-se no mar, a bordo do cruzador Barroso. Em 16 de setembro de 1954, porém, o denuncismo estava de volta nos microfones da rádio Globo,um dos veículos mais radicais na pregação anti-comunista e pró-americana. O alvo agora era João Goulart, o herdeiro político do presidente morto e adversário certo da UDN no pleito de outubro de 1955. Na voz estridente de Lacerda, comentarista de diversos programas da emissora de Marinho, foi lida em primeira mão a "Carta Brandi". Uma suposta correspondência do deputado argentino Antonio Brandi a João Goulart , apresentada como a prova "definitiva" da conspiração para implantar "uma república sindicalista no Brasil".
 VI) Na efervescência da guerra eleitoral, o escândalo levou o Exército a abrir inquérito imediatamente, enviando missão oficial a Buenos Aires para aprofundar as investigações.
 VII) A conclusão oficial de que tudo não passara de uma grosseira fraude, forjada por Lacerda e alimentada pela imprensa anti-getulista, não abalou seus protagonistas. Lacerda rapidamente se adaptou ao revés. A exemplo dos que hoje sonegam às evidências contrárias à existência do 'mensalão' o poder de mudar a sentença que a mídia já pronunciou , Lacerda escreveu na Tribuna da Imprensa em outubro de 1955, relevância para reverter uma sentença de condenação um mês depois da derrota da UDN para JK e Jango no pleito de outubro de 1955: "(...) Se a carta não é verdadeira seu conteúdo está de acordo, mais ou menos, com o que se sabe da vida política do sr. Goulart..." Qualquer semelhança com o malabarismo denuncista que povoa a mídia tucana nos nossos dias não é mera coincidência. Os mesmos objetivos, os mesmos métodos, a mesma elasticidade ética e democrática estão presentes.
 Postado por Saul Leblon
 FONTE:http://www.cartamaior.com.br/templates/postMostrar.cfm?blog_id=6&post_id=1070

sexta-feira, 24 de agosto de 2012


Contra fechamento de leitos do CRT


Abaixo-assinado CONTRA FECHAMENTO DE LEITOS HOSPITALARES NO SUS - HIV/AIDS Para: defendesus@gmail.com CONTRA FECHAMENTO DE LEITOS HOSPITALARES NO SUS
 Em reunião do Conselho Gestor do Centro de Referência e Treinamento em DST/AIDS-SP- CRT DST/Aids, sede da Coordenação do Programa Estadual de DST/AIDS-SP, foi discutida a proposta da CCD - Coordenadoria de Controle de Doenças da Secretaria de Estado da Saúde de desativação da Internação do CRT. Os Conselheiros Usuários e Trabalhadores votaram em 10/07/2012 a favor de IMPEDIR O FECHAMENTO DOS LEITOS DO CRT/ AIDS-SUS, através de um abaixo assinado www.peticaopublica.com.br 
CARTA ABERTA A POPULAÇÃO E ORGÃOS DE DEFESA DOS DIREITOS DAS PESSOAS VIVENDO COM HIV/AIDS CONTRA O FECHAMENTO DA INTERNAÇÃO DO CENTRO DE REFERÊNCIA E TREINAMENTO - DST/AIDS DO ESTADO DE SÃO PAULO
 EM FAVOR DA PERMANÊNCIA DA ATENÇÃO A SAÚDE DAS PESSOAS VIVENDO COM HIV,AIDS E HEPATITES VIRAIS 
O Conselho Gestor do Centro de Referência e Treinamento –DST/Aids do Estado de São Paulo, que é a sede do Programa Estadual de DST/Aids, foi informado em 10/07/2012 que a Coordenadoria do Centro de Controle de Doenças –CCD da Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo, DETERMINOU O FECHAMENTO DOS 24 LEITOS DA INTERNAÇÃO DO CRT, que atendem pessoas portadoras do HIV, AIDS e HEPATITES VIRAIS. O CRT-DST/Aids é uma instituição do SUS que tem em seu histórico , 28 anos de atenção às pessoas vivendo com HIV/Aids e como sede do Programa Estadual, coordena as ações de assistência e prevenção e a logística de insumos de todo o Estado de São Paulo . Capacita e treina profissionais do Brasil e de outros países. O Setor de Vigilância Epidemiológica (VE) faz o levantamentos dos casos de infecções por HIV, AIDS e HEPATITES VIRAIS, além de diagnósticos epidemiológicos regionais e municipais e registra casos de óbitos por Aids no Estado de São Paulo. No Estado de São Paulo estão concentrados 30% dos casos de AIDS do país, e sabemos que o governo federal habilitou 145 municípios paulistas para receberem recursos para o desenvolvimento de ações que seguem recomendações federais e estaduais, no fornecimento de antirretrovirais (ARVs) e outros medicamentos , assim como ações de prevenção das DST/Aids, contribuindo para o aumento da sobrevida das pessoas acometidas por HIV, AIDS e HEPATITES VIRAIS. Para serem construídas as recomendações estaduais, o CRT mobiliza tanto representações da sociedade civil, das regionais estaduais, dos municípios e técnicos especializados no atendimento clínico. A Rede Municipal e Estadual do SUS conta com vagas do NÚCLEO DE INTERNAÇÃO DO CRT, desde sua abertura, há 28 anos, pois tem um atendimento de alta complexidade com profissionais especializados, o que diferencia seu atendimento em relação aos outros serviços do SUS. É sabido que há uma deficiência de leitos de internação para AIDS, no Município de São Paulo, e que, apesar da diminuição do número de óbitos e melhora da qualidade de vida dos pacientes, há uma grande dificuldade no enfrentamento de doenças oportunistas e consequências relacionadas aos efeitos colaterais, muitas vezes graves, que são decorrentes do uso de medicações antirretrovirais e que, em muitos casos evoluem para diabetes, hipertensão, dislipidemia, síndrome metabólica, etc..Nos casos de Internações de pacientes com HIV com diagnóstico de tuberculose (TB), é necessário o isolamento desses pacientes, dificultando o tratamento dos mesmos internados em hospitais gerais, onde raramente há vagas, para esses pacientes; sendo o CRT a Referência para admissão deles, por isso é imperativo a PERMANÊNCIA do Setor de INTERNAÇÃO DO CRT. As dificuldades são muitas, quando se trata de Referência para portadores de HIV, AIDS e HEPATITES VIRAIS, porque a espera de vagas pode demorar de 2 ou 3 dias em hospitais gerais da Rede SUS ou outros hospitais do SUS especializados em Cardiologia, ou Psiquiatria, ou Renais Crônicos. No combate a AIDS no Estado de São Paulo observamos uma estabilização nos casos de Aids, entre Mulheres, Homens , Idosos e Jovens , considerando que há uma tendência crescente de casos novos entre Homens Jovens que fazem sexo com Homens (HSH) , sabemos também que há (nove) 9 casos de mortalidades por Aids , por dia , no Estado de São Paulo, e resalta-se que a Aids continua sendo a 1ª Causa de Óbito na faixa de 35 a 44 anos de idade, que poderão necessitar de cuidados hospitalares e leitos de Internação. Estudos atuais mostram que as pessoas com infecção recente apresentam um risco de transmissão do HIV 700 vezes maior do que pacientes com AIDS, já doentes. Os usuários do CRT e da Rede SUS estarão comprometidos e em RISCO de agravamento de saúde por FALTA DA INTERNAÇÃO NO CRT. PORTANTO, SOLICITAMOS A PERMANÊNCIA DOS LEITOS DA INTERNAÇÃO DO CRT/AIDS –SP. NÃO À VIOLAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DO SUS, SAÚDE É UM DIREITO DE TODOS E UM DEVER DO ESTADO. NÃO PODEMOS ASSISTIR À BANALIZAÇÃO DO SUS QUE, NESTE CASO, ESTÁ BEM NA NOSSA FRENTE. NÃO PERMITIREMOS QUE UM SERVIÇO DE SAÚDE DE QUALIDADE SEJA FECHADO, POR QUESTÕES POLÍTICAS. NÃO PERMITIREMOS REDUZIR A BOA QUALIDADE DE ASSISTÊNCIA CONQUISTADA, QUE SÓ FOI POSSÍVEL COM MUITA LUTA. NÃO AO RETROCESSO DA POLÍTICA DE SAÚDE DO ESTADO DE SÃO PAULO.
 NÃO AO DESMANTELAMENTO DA SAÚDE PÚBLICA. SIM PARA A DIMINUIÇÃO DOS ÓBITOS POR AIDS
 SIM PELA PERMANÊNCIA DE LEITOS NA INTERNAÇÃO DO CRT
 Sem mais, Conselheiros Usuários e Trabalhadores do Conselho Gestor do CRT/DST-AIDS -SP

FONTE: http://www.sindsaudesp.org.br/noticia.asp?acao=verNoticia&id=2832

Publicação de artigos: processo pago, que sofre boicote


Escrevemos aqui neste blog sobre vários artigos, que de maneira geral, achamos importantes e impactantes para o nosso dia-a-dia na UTI. Mas poucos sabem do que está nos bastidores de uma publicação de impacto, principalmente em revistas renomadas. Saiu uma notícia no jornal "The Guardian", que a amiga Clarisse Bressan (Twitter: _clara_) mandou hoje: "Harvard University says it can't afford journal publishers' prices" (link: http://www.guardian.co.uk/science/2012/apr/24/harvard-university-journal-publishers-prices). A Universidade de Harvard está motivando mais de 2000 pesquisadores a submeterem artigos a revistas de acesso gratuito. Isto se segue ao boicote de mais de 10 mil pesquisadores no mundo à editora Elsevier, que chega a cobrar milhares de libras para publicação em algumas revistas. Como o próprio nome diz, publicar um artigo é tornar público o conhecimento em torno dele. Vou resumir os tipos de publicações em revistas: - A revista é de uma editora, como a própria Elsevier, e o processo é gratuito para submissão e avaliação por pares (peer-review); paga-se se o artigo é aceito. Os revisores são anônimos e não são pagos por seu trabalho. O acesso ao artigo por leitores somente é feito através de assinaturas (individual ou institucional). - A revista é de acesso gratuito, assim como o processo de submissão, mas os autores devem pagar na etapa final para manter seus artigos abertos ao público geral. Os revisores também não são pagos. Os leitores podem ter acesso livre aos artigos. Exemplo: Critical Care (ccforum), onde os artigos originais são abertos. - A revista é totalmente livre, e autores e revisores não arcam ou recebem remuneração. O conteúdo é livre para os leitores. Existe instituição de publicação que arca com todos os custos. Tudo leva a crer que todos caminham para o acesso livre. O Wellcome Trust, entidade caridade para Pesquisa Médica, desenvolveu mecanismo para pesquisadores recuperarem o dinheiro que gastaram para a publicação. Um exemplo é o Genoma Humano, projeto que liberou todo conhecimento/mapeamento sobre o DNA humano de forma livre. Então, por que a maioria dos pesquisadores continuam mandando seus artigos para as revistas com assinaturas privadas ? Um motivo é o reconhecimento em torno do Impacto da Revista, que quanto maior, dá mais prestígio ao pesquisador. Isto influencia em arrecadação para novas pesquisas, como por exemplo, financiamento pelo CNPq (Brasil). Como vai caminhar a questão ? Só o tempo dirá. As empresas e entidades que financiam, assim como universidades e instituições de pesquisa, devem incentivar a publicação em revistas abertas, para que o processo em torno do acesso ao conhecimento se torne verdadeiramente aberto e público.
André Japiassú
FONTE: http://artigoscomentados.blogspot.com.br/2012/04/publicacao-de-artigos-processo-pago-que.html

A mídia e os mensalões


A lisura no trato da coisa pública é uma aspiração legítima da sociedade brasileira, e o fato de o conservadorismo, em conluio com a mídia, manipular politicamente tal demanda não a torna menos genuína. A esquerda não pode igualar-se à direita e se utilizar de dois pesos e duas medidas para relativizar a corrupção e dissimular suas próprias violações éticas, sob pena de comprometer não apenas sua imagem, mas a legitimidade de seu projeto político. Por outro lado, a parcialidade, a distorção deliberada e a assimetria de tratamento que a mídia dispensa à corrupção quando praticada por conservadores ou progressistas constitui, em si, não apenas uma grave negligência das funções públicas que os meios de comunicação – mesmo se privados - deveriam exercer, mas, assim, uma forma perversa de violação da ordem democrática. Que tal violação, embora evidente e de longo prazo, permaneça impune – para o que muito contribui a extinção da Lei de Imprensa pelo mais midiático e politicamente tendencioso ministro da história do STF – constitui, em si, um atestado do precário estágio do ordenamento institucional jurídico do país e dos desequilíbrios entre os pesos e contrapesos que lhe deveriam assegurar a plena democracia. Parcialidade e omissão O protagonismo do “escândalo do mensalão” e a presunção de que seria o maior caso de corrupção da história do país derivam diretamente desse estado de coisas. Tanto o volume de movimentação financeira envolvido quanto a gravidade das práticas alegadamente identificadas, não obstante merecedoras de investigação e de apreciação pela Justiça, estão aquém dos níveis alcançados por diversos casos pregressos e atuais patrocinados pelos setores conservadores, como o esquema identificado pela Operação Monte Carlo da Polícia Federal, protagonizado por Carlinhos Cachoeira, políticos do DEM e ao menos um órgão de imprensa, e as denúncias documentadas envolvendo José Serra e o processo de privatização da era FHC apresentadas no livro A Privataria Tucana, do premiado repórter Amaury Ribeiro Jr. O fato de a mídia dar relativamente pouco destaque às descobertas gravíssimas da Operação Monte Carlo – que sugerem um poder paralelo que dominaria o estado de Goiás, com ramificações nacionais e grande poder de manipulação midiática –, e não dar uma linha sequer sobre as denúncias envolvendo as privatizações tucanas, em comparação com o estardalhaço que fez, faz e continuará fazendo com o mensalão, constitui uma clara violação do princípio da imparcialidade jornalística. Às favas os princípios Ainda que constitua, na prática, um preceito inatingível em sua plenitude, o esforço para se manter fiel a ele seria fundamental para assegurar um processamento criterioso e equânime à notícia, o qual desse um tratamento em bases similares aos acusados e fornecesse os elementos para o leitor julgar por si mesmo os fatos retratados, sem induzi-lo ou manipulá-lo a favor desta ideologia ou daquele partido. Desnecessário observar que a mídia brasileira, embora erija para si um discurso fundado no direito público à informação, ignora solenemente tal princípio e, na verdade, pratica o inverso do que ele preceitua, como fica evidente quando se analisa os casos acima citados e na diferença de tratamento entre o quase desconhecido “mensalão” do PSDB e o megadifundido “mensalão” petista. O primeiro, embora cronologicamente anterior, milionário, protagonizado pelo mesmo Marcos Valério e com processo criminal aberto no STF contra o ex-governador Eduardo Azeredo (PSDB/MG), só é referenciado como “mensalão mineiro”, truque retórico que troca a origem partidária pela regional como forma de blindar os tucanos. A cobertura do “mensalão” Seria ingenuidade esperar que, com tal retrospecto, a mídia fosse oferecer uma cobertura minimamente equilibrada do trâmite, no STF, da Ação Penal 470, vulgo “julgamento do mensalão” - afinal, trata-se de uma rara chance de, em pleno período eleitoral, dar uma força ao carcomido demotucanismo. O primeiro dia, que foi dedicado a examinar – e a negar - o pedido da defesa pelo desmembramento do processo - para que permanecessem apenas os réus com direito à foro privilegiado no STF e os demais fossem submetidos à primeira instância, como ocorrera com o “mensalão mineiro” - acabou, inadvertidamente e numa ironia do destino, por levar ao conhecimento do público a existência de um “mensalão” do PSDB, citado pela maioria dos ministros. Premissas questionáveis Mas a mídia reagiria ao lapso já no dia seguinte. E de forma virulenta: só o partidarismo mais tacanho, somado ao pouco apreço pelo Estado de Direito e ao desprezo intelectual que nutre por seus leitores e telespectadores – os quais Willian Bonner compara a Homer Simpson -, pode explicar a ginástica verbal que ela, no intuito de tirar o máximo proveito eleitoral do “mensalão”, tem feito desde então para legitimar como incriminadora a peça acusatória apresentada por Roberto Gurgel, procurador-geral da República, contra o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu. O procurador parte de uma premissa genérica que, não obstante potencialmente perigosa, beira a comicidade: a de que a não-aparição do nome do acusado na, em suas palavras, “execução do esquema” é indício de que ele seria o “chefão”. Uau, isso permitiria acusar virtualmente qualquer um. Seria o caso de recomendar aos chefões do crime, de agora em diante, que, para se preservar, cuidem de sempre colocar seu nome no expediente de suas quadrilhas... A explanação de Gurgel pecou não apenas por partir de tal premissa, mas por se valer unicamente de relatos de terceiros – em sua maioria, acusados ou inimigos políticos do réu – e de trechos selecionados de matérias produzidas por nossa mais do que tendenciosa imprensa. Soa como uma base para acusação extremamente frágil. Provas, para quê? Nenhum indício material - um extrato de banco, uma assinatura em um documento -; nenhuma evidência física - uma gravação, uma foto, um vídeo -; nenhuma prova digital – um comprovante de transferência, um log de movimentação financeira ou epistolar, um SMS, uma chamada telefônica. Na era do positivismo científico, da tecnologia forense, do DNA, da vigilância eletrônica e digital não seria demais esperar que o ilustre procurador apresentasse indícios concretos e provas factíveis, passíveis de comprovação, ao invés de uma interminável e monocórdia arenga baseada numa premissa pra lá de questionável e no “ouvi dizer” de testemunhas de índole questionável, além de no material produzido por uma mídia comprometida até o pescoço com a condenação de Dirceu. Talvez tivesse sido mais honesto se o procurador abrisse mão da benevolência midiática e de seus holofotes e admitisse que o Ministério Público Federal não foi capaz de achar provas contra o acusado. Punam-se os culpados, mas todos A falta de provas contra Dirceu talvez seja uma exceção. Há, sim, um forte indício de irregularidades cometidas, se não por todos, por alguns dos réus do julgamento. É bem provável que pelo menos a utilização de “caixa dois” seja caracterizada no decorrer do julgamento. Se isso vier a acontecer, os responsáveis devem ser punidos, e com o rigor cabível. Ocorre, porém, que utilização de “caixa dois” é um expediente amplamente disseminado entre virtualmente todos os partidos políticos do país e pau que bate em Chico bate em Francisco - ou seja, se o partido A for justamente punido por recorrer a uma prática ilegal, a justiça e o bom funcionamento da democracia demandam que os partidos B, C, D e E também o sejam. E que a mídia cubra com igual voracidade. De outro modo, não se estará fazendo justiça, mas, ao dispensar diferentes tratamentos a práticas idênticas, promovendo o contrário disto.
FONTE: http://cinemaeoutrasartes.blogspot.com.br/2012/08/a-midia-e-os-mensaloes.html

domingo, 19 de agosto de 2012

O que um vereador deveria fazer


O QUE DEVERIA FAZER
1) Criar consulta popular por bairro e segmento social para definir prioridades para elaboração de leis
2) Criar comissões técnicas com representação de segmentos sociais vulneráveis (minorias, adolescentes e jovens em situação de risco, áreas de risco
) 3) Criar sistema de monitoramento e divulgação popular da execução orçamentária do município
4) Adotar mecanismos de democracia deliberativa no ciclo orçamentário local (PPA, LDO e LOA)
5) Criar jornal municipal semanal (ou quinzenal) da Câmara Municipal, para divulgação das discussões e aprovações das sessões do parlamento local
6) Criar conselho consultivo com representação social (conselhos municipais, ongs existentes, associação comercial e industrial, sindicatos, OAB e outros) e territorial (bairros e comunidades)
O QUE FAZ
1) Aguarda seis meses após a sua eleição e, então, começa a atacar o Prefeito
2) Negocia benesses com o Executivo (mesmo sendo teoricamente da situação) e inclui o que pode no orçamento a ser votado
 3) Mede força para esboçar a nova mesa diretora
4) Contrata assessorias internas e externas (por vários motivos, nem todos explícitos)
5) Distribui bolas de futebol, sacos de cimento, lotes e tudo o mais que conseguir negociar com secretários e Prefeito
 6) Fala grosso, principalmente nos bares e restaurantes que frequenta. E adota a prática do "morde e assopra", entrecortada por moções de pesar, requerimentos para abertura de discussões e muitas viagens (que rendem diárias...)
FONTE: http://rudaricci.blogspot.com/2011/12/o-que-um-vereador-deveria-fazer.html

Danos da Radioatividade


Tecidos animais de antigos experimentos podem ajudar a compreender níveis de radiação prejudiciais
A cidade de Ozersk, nos Urais do Sul, na Rússia, esconde relíquias de um massivo experimento secreto. Do início dos anos 50 até o fim da Guerra Fria, cerca de 250 mil animais foram sistematicamente irradiados. Algumas doses eram altas o bastante para matar instantaneamente; outras eram tão baixas que pareciam inofensivas. Depois que animais como camundongos, ratos, cães, porcos e macacos morriam, os cientistas dissecavam os tecidos para observar os danos que a radioatividade havia provocado. Temendo um ataque nuclear por parte dos Estados Unidos, a União Soviética queria entender como a radiação danifica tecidos e produz doenças como o câncer. Preocupações com acidentes locais como o desastre de 1957 na usina nuclear Mayak, perto de Ozersk, eram outra motivação. Amostras semelhantes de tecidos irradiados foram feitas nos Estados Unidos, Europa e no Japão, onde quase meio bilhão de animais foi sacrificado com esse fim. Com o fim da Guerra Fria essas coleções foram abandonadas. Agora essas amostras se tornaram importantes para uma nova geração de radiobiólogos, que querem explorar os efeitos de doses extremamente baixas de radiação – abaixo de 100 milisieverts (mSv – unidade de medida que avalia os efeitos da radiação absorvida pelo organismo) –, normalmente utilizadas em procedimentos médicos como diagnósticos por tomografia computadorizada. Outro interesse dos pesquisadores é analisar os riscos aos quais as pessoas que vivem perto dos reatores nucleares danificados de Fukushima, no Japão, estão expostas. As velhas coleções fornecem um recurso que não poderia ser recriado hoje. A maioria dos experimentos foi feita sob condições precisas, com várias de doses de radiação e geralmente por toda a vida dos animais. “Nós nunca conseguiremos repetir a escala desses experimentos, por razões éticas e de financiamento”, observa Gayle Woloschak, radiobiólogo da Northwestern University, em Illinois. “Mas talvez possamos reutilizar os tecidos restantes”, completa. Nos últimos anos, pesquisadores do mundo todo organizaram um movimento para identificar e resgatar tecidos dos maiores experimentos de irradiação animal e receberam suporte de diversos tipos de agências de financiamento, incluindo a Comissão Européia, o Instituto Nacional do Câncer e o Departamento de Energia dos Estados Unidos. Ainda assim, os desafios são grandes. Os pesquisadores devem mostrar que a idade das amostras e as técnicas de preservação usadas não afetaram o DNA, o RNA e as proteínas. Além disso, eles têm que juntar esses dados moleculares para revelar se os circuitos celulares são destruídos em baixas doses de radiação. Testes iniciais indicam que algumas das amostras serão utilizáveis.
 FONTE: CONTER http://www.conter.gov.br
VIA: http://radiologiarj.blogspot.com.br/2012/06/danos-da-radioatividade.html

Estado fecha 24 leitos do Centro de Referência e Treinamento – DST/AIDS, e Casa da Aids que atende portadores de HIV/AIDS


Atualmente o CRT- DST/ Adis atentem 5 mil pacientes e conta com 1600 funcionários que trabalham no Programa Estadual de DST/Aids em treinamento, suprimentos, laboratório e especialidades de alta complexidade.
 Por Imprensa Alesp
A Comissão de Saúde da Assembleia legislativa recebeu em 14/8, denúncia que o Centro de Controle de Doenças da Secretaria da Saúde do Estado determinou o fechamento dos 24 leitos de internação do Centro de Referência e Treinamento- CRT- DST/Aids,que atendem portadores de HIV, AIDS e hepatites virais. Atualmente o CRT- DST/ Adis atentem 5 mil pacientes e conta com 1600 funcionários que trabalham no Programa Estadual de DST/Aids em treinamento, suprimentos, laboratório e especialidades de alta complexidade. Segundo o dirigente do Sindsaúde Paulo Rogério de Oliveira que apresentou a denúncia aos parlamentares integrantes da Comissão de Saúde, presidida pelo deputado do PT Marcos Martins, o Estado de São Paulo concentra 30% dos casos de AIDS do país.
 Fechamento da Casa da Aids
 Outra questão apresentada na reunião da Comissão foi o fechamento da Casa da Aids e a transferência dos 3 mil pacientes para o hospital Emílio Ribas. De acordo com Paulo Ribeiro, a Casa da Aids era um centro de pesquisa e que no hospital Emílio Ribas, as condições de atendimento e de trabalho são precárias, o que pode comprometer o atendimento ao usuário e o trabalho dos profissionais da saúde. Em meados de maio deste ano o Frente Parlamentar de Aids, da Assembleia Legislativa recebeu a denúncia do fechamento da Casa da Aids e as ponderações de ativistas, profissionais da saúde e representantes de Ongs, contra a medida. Naquela ocasião o presidente do Conselho Gestor do Emilio Ribas, Marcos Boulos, disse que a reforma do ambulatório do Emílio Ribas seria realizada já pensando nos pacientes da Casa da Aids. Os trabalhadores dizem que embora a reforma tenham ocorrida, esta ação não contempla as necessidades dos pacientes portadores de DST/ Aids. Paulo informou aos deputados que os trabalhadores que encaminharam denúncias ao Ministério Público, com dados da falta de condições de trabalho e apontando as precárias condições de atendimento aos usuários estão sofrendo retaliações. O deputado Marcos Martins em conjunto com os demais integrantes da Comissão deliberou pelo encaminhamento de requerimentos de informações à secretaria de Saúde.
 MODIFICADO DE: http://www.pt-sp.org.br/noticia/p/?acao=vernoticia&id=16039

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Funcionários e pacientes denunciam sucateamento do Instituto Emílio Ribas


Os trabalhadores e usuários do Instituto Emílio Ribas realizaram um protesto contra a privatização do hospital (07/08/2012). Eles denunciaram o sucateamento do hospital e pediram o fim do convênio firmado em 2009 com a FFM (Fundação Faculdade de Medicina) que caracteriza a privatização. Os manifestantes não admitem que o Hospital Emílio Ribas, e a saúde sejam entregue a iniciativa privada. Defendem que os hospitais públicos devem atender apenas ao SUS. “O governo do Estado tem uma política de transferir a os hospitais públicos para gestão de organizações sociais, como as OS e OSCIPS e em alguns hospitais não aceitam essa mudança de gestão, então o que o governo do Estado e Prefeitura faz é cortar despesas e na verdade estrangular o funcionamento desses hospitais pra forçá-los a aceitar uma mudança de gestão e a sua transferência para esses grupos privados. Na prefeitura por exemplo, o hospital do Servidor Municipal vem sofrendo muito com a contenção de verbas e no complexo do Hospital das Clinicas onde o Emílio Ribas faz parte, só nos últimos dois meses foram feitos cortes de 30% do orçamento o que esta levando a suspensão de cirurgias eletivas adiamentos de consultas de milhares de pacientes. É uma situação muito grave”, afirmou Sérgio Cruz, médico da USP (Universidade de São Paulo). Heitor denunciou a prática de assédio moral com os funcionários públicos. “O que percebemos nos bastidores do Emílio Ribas é que a ideia é passar toda a administração para a FFM. O que, na verdade, é só uma forma de privatizar o mesmo instituto”, explicou. “O usuário infelizmente está morrendo na fila, o usuário é o maior prejudicado. É o que espera mais e não pode esperar. É aquele que procura um remédio e não encontra. Com saúde não se brinca, não se vende, não se compra, não se produz. Saúde se atende. E isso não é o que o governo do Estado está pensando hoje em dia”, destacou Rosymeire Silva, funcionária e delegada sindical do Emílio Ribas.
 FONTE: http://www.horadopovo.com.br/

Gilson Caroni Filho: FHC, o eco do desencanto


por Gilson Caroni Filho
 Há alguns meses, em visita a Manaus, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso fez um comentário sobre a necessidade de se criar condições favoráveis para a instalação e manutenção de empresas no país. “Não adianta pedir mais investimentos se o governo não cria condições para que as empresas se desenvolvam”, afirmou em tom professoral. A receita da felicidade inclui memória curta. FHC tem, no entanto, memória longa, e pertence à categoria de cidadãos que fazem questão de mantê-la acesa. Porém, para tanto, ao menos quando o assunto é política ou economia, não se baseia em suas lembranças pessoais, mas nas versões criadas pela mídia corporativa para glorificar sua passagem pelo poder. FHC diz saber onde mora o pecado. Segundo ele, o inferno é a falta de políticas e estrutura adequada que atraiam o investimento. Resta saber o que andou fazendo entre 1995 e 2002, quando comandou um governo baseado na crença do “mercado desregulamentado”. Convém – como costumamos fazer em alguns artigos – voltar no tempo para termos a perspectiva exata do processo histórico. Em 2000, seis anos depois de aguçar a ideologia neoliberal iniciada no governo Collor, Fernando Henrique via generalizar-se uma análise mais abrangente do receituário adotado, superando-se as críticas fragmentadas e setoriais. Não havia apenas sindicalistas protestando pelo corte de empregos, enquanto industriais aplaudiam a “modernização”, pedindo o aprofundamento da desregulamentação que, rezava o credo hegemônico, daria a seus negócios a sonhada competitividade internacional. Foram-se os empregos, em grande parte desapareceu o peso dos encargos sociais, mas a mágica não aconteceu. Os crentes do milagre neoliberal começaram a sentir na pele os efeitos de um confronto desigual: ao lado da privatização de empresas públicas, setores privados nacionais inteiros desapareceram, absorvidos ou vencidos por concorrentes externos, muitas vezes auxiliados por crédito fácil do próprio BNDES. O mesmo crédito negado aos brasileiros. Poucas vezes se viu sucateamento de tal monta. A burguesia nacional começou a desconfiar que o “dever de casa bem cumprido” – controle da inflação, abertura comercial, reformas em vários níveis (segundo o figurino do Consenso de Washington) – resultava em déficits comerciais crescentes, falências, enfraquecimento do mercado interno devido ao desemprego, intensificação da dívida pública, duplicação da dívida externa, controle estrangeiro crescente da economia se contrapondo ao protecionismo sólido dos países industrializados, exatamente os maiores pregadores do livre mercado. Uma rápida consulta a algumas edições do Jornal do Brasil, nos primeiros meses de 2000, mostra que o setor mais dinâmico da economia brasileira reprovava a equipe econômica do governo FHC. Pesquisa da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), realizada em março daquele ano, sobre as expectativas dos empresários em relação à economia, mostrava um acentuado grau de pessimismo. A nota máxima não passou de 4,6 numa escala de 10. O desencanto burguês era evidente. Entre 1990 e 1998, os sucessivos déficits comerciais não podem ser explicados por uma conjuntura externa. Foram resultado de uma política deliberada, que considerava destoante fazer caixa, sendo mais apropriado endividar-se, vender patrimônio, desnacionalizar a economia – e ainda ser obrigado a desvalorizar a moeda. Esse cenário de terra arrasada foi produzido por um governo que nunca teve política de desenvolvimento, deixando-se levar pelo capital especulativo que entrava apenas para ganhar juros altos e sair do jogo, aprofundando a sangria. E quem regia a orquestra da dependência? O mesmo maestro que hoje proclama que “precisamos ter estradas e aeroportos melhores. A produtividade não é só das empresas, uma parte desse trabalho é do governo”. Bons tempos, os de FHC. Somente com a chegada de Lula à presidência, a inflação que estava subindo voltou a cair. A reversão do quadro se deu com o incremento no mercado interno, redistribuição de renda e diversificação dos países para os quais o país exporta. O contraste parece demonstrar que existem mesmo o tipo certo e o tipo errado de política econômica em tempos de globalização. As opções autorizam FHC a proferir críticas? E mais, como ficam os que dizem que Lula deu continuidade a seu antecessor? Para compreender a sanha golpista das elites reacionárias e seus colossos midiáticos é necessário se dar conta da revolução molecular que vem sendo operada desde 2003. Só um maximalismo pequeno-burguês não deixa perceber a trama.

FONTE: http://www.viomundo.com.br/politica/gilson-caroni-filho-fhc-o-eco-do-desencanto.html

Crueldade das crueldades


JM Cunha Santos
 Vivemos, todos nós, séculos de pobreza e miséria no Maranhão. Nos compungimos, entristecemos, sofremos, com a existência de crianças famintas pelo estado afora. Ouvimos os gritos de legiões de pessoas sem hospitais, sem nenhuma assistência médica, qualquer possibilidade de cura e, arrastados por distâncias quilométricas pelos apitos das ambulâncias, muitos morreram no meio do caminho e tiveram que voltar sem vida para casa. Muitos morreram de fome. E para quê? Para descobrirmos, hoje, que a fome das crianças estava sendo negociada com agiotas, que a saúde pública estava sendo trocada por cheques entregues a criminosos sem alma. Foi difícil até ouvir o pronunciamento do deputado César Pires na manhã de ontem na Assembléia Legislativa. Ele esteve em visita ao Sistema de Segurança e lá soube que cheques e outros documentos de 87 prefeituras foram encontrados nas casas dos agiotas e somente aqueles diretamente envolvidos com o assassinato do jornalista Décio Sá. O numero total pode chegar a 123 das 217 prefeituras do Maranhão. Soube mais o deputado, que o sistema bancário, a nível de Banco do Brasil, por meio de seus gerentes e outras pessoas, sabia e compartilhava de tudo. De cada 100 mil reais da merenda escolar, apenas 20 mil chegavam em forma de alimento nas bocas das crianças. Uma merenda escolar miserável que varia entre 16 e 35 centavos por aluno. O mesmo acontecia com as transferências feitas para a saúde desses municípios. A mesma proporção: 80% para os agiotas, 20% para os doentes do Maranhão. Até valores de emendas parlamentares eram vendidos por prefeitos à agiotagem, disse César Pires. É a crueldade das crueldades. Eram homens públicos, prefeitos eleitos pelo povo que estavam negociando o alimento das crianças e a saúde do povo. Nada no mundo poderá inocentá-los. Nem suas próprias consciências.

 FONTE: http://jmcunhasantos.blogspot.com.br/2012/08/crueldade-das-crueldades.html

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Crescimento de planos privados prejudica saúde pública


Para presidenta do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde, Ana Maria Costa, sociedade deve se mobilizar pelo fortalecimento do Sistema Único de Saúde
 Patrícia Benvenuti, da Redação
 A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) anunciou, em 10 de julho, a suspensão de 268 planos de saúde comercializados por 37 operadoras. O motivo foi o desrespeito aos prazos máximos de atendimento aos usuários, conforme a Resolução Normativa 259 da ANS. As empresas terão até setembro para se adequarem aos prazos que variam conforme a especialidade médica. Para as consultas básicas, o cliente deve esperar no máximo por sete dias úteis para conseguir o atendimento. Para outras especialidades o prazo é 14 dias e para procedimentos de alta complexidade, 21 dias. A suspensão foi motivada, segundo a ANS, pelo número de reclamações de usuários que chegaram ao órgão. De 19 de março a 18 de junho, foram 4.682 queixas por causa do não cumprimento dos prazos. O crescimento do setor privado de saúde e, sobretudo, sua má qualidade, são preocupações de especialistas e defensores da saúde pública. Para a médica e presidenta do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes), Ana Maria Costa, não se pode mais falar em apenas um sistema único hoje. “A sociedade brasileira não pode mais fingir que nós temos um sistema único. O sistema já não é único. O sistema privado hoje cobre uma parcela de acima de 30% da população”, afirma. O crescimento dos planos de saúde privados avança. Segundo o último Caderno de Informação da Saúde Suplementar da ANS, o primeiro trimestre de 2012 encerrou-se com o registro de 47,9 milhões de vínculos de beneficiários a planos de assistência médica. Em dezembro de 2000, esse número era de 30,7 milhões. Em 2011, o mercado dos planos de saúde teve um faturamento de R$ 83,4 bilhões, o que representa um crescimento de 11,7% quando comparado a 2010. Na avaliação de Ana Maria, é preciso frear, com urgência, o crescimento da saúde privada, principal responsável pela fragilização do Sistema Único de Saúde. Ao mesmo tempo, ela reforça a necessidade de voltar as atenções à saúde pública, por meio de mais investimentos. Em entrevista ao Brasil de Fato, Ana Maria fala sobre a mercantilização da saúde e seus riscos para a sociedade. A presidenta do Cebes faz ainda uma crítica aos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff: “Do ponto de vista da saúde não andamos para frente. Em alguns aspectos, andamos para trás”.
 Ana Maria Costa – De uma forma geral, nós andamos em um terreno muito preocupante atualmente porque o Sistema Único de Saúde, que foi concebido para ser universal, de qualidade e único, hoje não é nem universal, nem de qualidade e nem único. Tivemos um grande crescimento do setor privado de saúde, da mercadorização da medicina, e uma transformação do nosso sistema único em um sistema que tem baixa qualidade, destinado para uma população que não pode pagar plano privado. Nesses 24 anos de implantação do SUS, houve um recuo grande do Estado em relação ao financiamento do SUS e uma ausência na regulação efetiva dessa relação público-privado. É muito preocupante nossa situação hoje, e não é por conta do SUS, que é uma proposta que surge em um contexto muito positivo, fruto de uma grande mobilização popular. É uma pena que a grande imprensa contribua tanto para destruir, no imaginário da população, o valor real e simbólico do Sistema Único de Saúde. Prevalece toda uma lógica de mostrar o lado perverso e ruim do sistema. Não que deva ser escondido, mas esquecemos de valorizar o que há de positivo. Nós precisamos tratar a coisa pública como coisa de nós todos, como direito universal. Nós temos esse grande problema, na cultura política brasileira, de desprezo à coisa pública. E o SUS tem suas excelências, como procedimentos de alta complexidade, tratamento de câncer na rede Inca (do Instituto Nacional do Câncer), tratamento de aparelho locomotor na rede Into (do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia), grande volume de transplantes, de pesquisa. Todas essas excelências não são valorizadas. O SUS está sendo sangrado também por judicializações, em que pessoas ou famílias ganham o direito de ter acesso a medicamentos e tecnologias que são caríssimos e que nem sempre são ainda registrados no país. Normalmente as pessoas que têm acesso a esses processos judiciais são pessoas que não têm dependência única do Sistema Único de Saúde, mas ao invés de pedir e reclamar para os seus respectivos planos de saúde reclamam o acesso a essas drogas pelo SUS.
 Quais os principais problemas do Sistema Único de Saúde?
 O principal problema hoje é o Estado brasileiro definir qual é a relação real que a saúde pública tem com a saúde de mercado. A sociedade brasileira não pode mais fingir que nós temos um sistema único. O sistema já não é único. O sistema privado hoje cobre uma parcela de acima de 30% da população. A nova classe média tem uma aspiração imediata e é estimulada, pela baixa qualidade do sistema único, a ingressar no sistema privado. O sistema privado, cuja lógica é a mercadorização da saúde, é um sistema perverso porque caminha autônomo. Agora tivemos um primeiro lampejo da regulação com essa punição a planos de saúde, que desobedeceram normas de tempo de acesso a determinados procedimentos de saúde, mas ninguém mexe no coração da ferida. Essa luta pelo direito à saúde, que configurou a criação do SUS, precisa ser introjetada na sociedade brasileira. E esse é um grande problema porque nós não temos hoje uma força e uma pressão social que ampliem a simpatia pelo SUS, ao contrário. E a qualidade do sistema privado não é diferente do sistema único. Quando um paciente chega em um hospital e é atendido pelo plano de saúde, para qualquer procedimento, a primeira coisa que o hospital faz é saber se tem garantia de quem vai pagar aquilo. Se o paciente chega em um hospital do SUS, o procedimento que vai ser feito é o necessário, o que a doença e o estado de saúde requerem naquele momento. Esse exemplo é a expressão do que é a medicina mercadorizada e do que é a medicina como um direito humano. Nós temos, por exemplo, uma das maiores mortandades maternas do mundo. Ocorre muita morte materna no Brasil por negligência, por falta de qualidade na assistência, e não é no Sistema Único de Saúde, é no sistema privado. Por que não se fala sobre isso? Outro problema gravíssimo é que nós não temos nenhum partido político hoje no Brasil, nem de esquerda, nem de centro, nem de direita, que tenha uma proposta clara e objetiva e que lute por ela no Congresso Nacional. Nós temos uma ausência de compromissos com a saúde absoluta no campo político brasileiro. A saúde é uma demanda popular que aparece nas grandes pesquisas de opinião pública e que não está nos programas eleitorais. A saúde não vai pra pauta. E eu não falaria sobre atraso. Nós temos hoje uma força política, muito grande dentro do Congresso Nacional, que defende e que está lá para defender os planos privados de saúde e que são contra o sistema único de saúde. Precisamos começar a mostrar essa irresponsabilidade das autoridades com a questão da saúde.
 A que se deve o esforço desses parlamentares em defender os interesses dos planos privados?
 Tem um número expressivo de deputados federais e de senadores que tiveram suas campanhas financiadas por planos privados de saúde. Isso fala por si. Como é que um plano me financia e eu vou falar daquele plano? O que nós queríamos, com a regulamentação da Emenda 29, era melhorar um pouco o financiamento da saúde, que estaria longe ainda do ideal. Perdemos porque interessa, a esse setor, que o SUS se mantenha nesse estágio, sendo cozinhado para ser um sistema de baixa qualidade. E nós caminhamos para isso.
 Como avalia a atuação do governo Dilma em relação à saúde?
 Primeiro eu gostaria de me identificar como uma pessoa que votou na Dilma e também no Lula. Mas quero dizer que, na saúde, não tivemos grandes avanços. Houve avanços importantes na assistência social, políticas sociais que realmente foram objeto da atenção desses últimos três governos, de Lula e Dilma. Todo esse conjunto das políticas compensatórias sem dúvida teve um grande benefício para o Brasil, a despeito dessa mobilidade social ter sido direcionada para o consumo, o que nos preocupa muito, especialmente porque nesse bolo também está o consumo por planos privados de saúde. Entretanto, do ponto de vista da saúde não andamos para frente. Em alguns aspectos, andamos para trás. Em termos de financiamento, o veto que ocorreu à aprovação da regulamentação da Emenda 29 expressa claramente isso. Houve toda uma manobra de governo, junto a sua base política, para que não atingíssemos um percentual de investimento público mais adequado em saúde. Do ponto de vista programático, nós estamos tendo uma gestão, atualmente, que usa a saúde como objeto de marketing político. Nós já não temos mais políticas para grupos sociais, como o caso das mulheres. Temos o programa Rede Cegonha [programa do Ministério da Saúde voltado para o atendimento de gestantes] que, além de infantilizar e colocar as mulheres em uma situação bastante inferior, porque nos faz acreditar em cegonhas, nos reduz a uma demanda em saúde que é pontual. Precisamos encarar, nesse aspecto de uma saúde voltada à gestação e ao parto, a importância da sociedade brasileira debater a legalização do aborto, que mata um volume cada vez maior de mulheres no nosso país. Mas nós temos ainda um governo completamente atolado de compromissos políticos, com suas bases, que não permite avançar nesse debate. Isso é também uma perda para a saúde. O grande problema que traduz a falta da prioridade política do governo é a questão do financiamento. Ora, nós temos um sistema de saúde feito para 200 milhões de habitantes com o menor gasto per capita do mundo. Não tem nenhum outro sistema, mesmo não sendo universal, que tenha um gasto per capita tão baixo. Comparativamente entre os gastos público e privado com saúde em geral, o público é de menos de 40%. E os 60% restantes as famílias é que estão despendendo, que vão às farmácias comprar medicamentos e que pagam um plano privado. Agora estamos, mais de 50 entidades, reunidas em um movimento nacional em defesa da saúde pública, colhendo assinaturas por um projeto de lei de iniciativa popular, para que o Estado invista 10% da renda bruta da União em saúde. Isso mostra que a avaliação não é exclusiva do Cebes; a Associação Médica Brasileira, a Ordem dos Advogados do Brasil, a Abrasco, o Conselho Nacional de Saúde, vários sindicatos, várias entidades do campo dos direitos sociais. Estamos todos envolvidos na busca de maior financiamento.
Usuários de planos de saúde fazem inúmeras queixas contra os planos de saúde, mas parece que nem as resoluções da ANS têm efetividade. O que garante essa blindagem às empresas?
 Primeiro, nós temos uma cultura de regulação muito fraca no nosso país. O setor privado sempre mandou e desmandou aqui. E a ANS sempre foi muito ambígua em relação à sua função. É muito recente a vocalização da insatisfação dos usuários dos planos de saúde e, como isso, começou a ter muita presença na imprensa, pressionando a ANS para uma resposta. Tem tido algumas respostas tímidas ainda, mas antes tem que mexer no eixo principal, que é essa relação público-privado. Eu queria uma relação que não fosse mediada por esse grande desfalque, que é feito no SUS, com a renúncia fiscal. Tudo que você gasta com saúde hoje é abatido integralmente no seu imposto de renda. Essa renúncia fiscal é uma sangria para o SUS. Já pensou o impacto que seria se esse dinheiro fosse todo investido no Sistema Único de Saúde? Nós teríamos um financiamento muito maior, que poderia qualificar muito mais esses serviços. Nós também não podemos deixar de pensar o fluxo de recursos públicos que vão para o setor privado sob a forma de pagamento de planos de saúde para o funcionalismo público.
 Na sua avaliação, o que é mais grave hoje, a falta investimento para o SUS ou melhor aplicação dos recursos já existentes?
 Essa é uma pegadinha em que não podemos cair. Houve um discurso muito grande de que nós investimos mal, gastamos mal, gerenciamos mal. Eu não descarto isso. Mas eu acho que esse discurso é falacioso para esconder o verdadeiro problema do Sistema Único de Saúde. Quando eu vejo o gasto público per capita hoje no Brasil para construção do SUS [estimado em cerca de 317 dólares por habitante, segundo a OMS], eu diria que o SUS faz milagre com o dinheiro que tem – milagre de gestão, aplicação, funcionamento. A questão fundamental hoje é pensar em um investimento per capita maior para a saúde no nosso país. No caso das mulheres, quais as questões mais urgentes a se resolver hoje? Nós, mulheres, não somos sujeitos tão simples. Somos sujeitos complexos porque somos adolescentes, adultas, velhas, temos cor diferente, escolhas sexuais, condições sociais, econômicas, diferentes entre nós. Essa nossa complexidade não pode ser resolvida com simplificação. Temos que observar todas as doenças crônicas que estão hoje relacionadas às mulheres, doenças cardiovasculares, doenças sexualmente transmissíveis, saúde mental. As mulheres são grandes usuárias de antidepressivos e nem sempre bem indicados. Mulheres negras têm mais risco em relação a determinados problemas de saúde, indígenas têm outros riscos, lésbicas outros. Temos que refinar esse olhar para tentar ampliar e dar conta de todas essas demandas e não afunilar como vem sendo feito com esse programa de Rede Cegonha que se destina claramente a uma ação que interessa a marketing político e não realmente às necessidades de saúde das mulheres brasileiras. Especialistas costumam ressaltar sempre a importância da atenção primária dentro do sistema de saúde. Como está o Programa Saúde da Família, atualmente?
 Esse é outro desvio complicado. É claro que quando nós pensamos em um Sistema Único de Saúde integral, esse integral significa que a saúde deve ser oferecida a todas as necessidades de todas as pessoas em todos os momentos da sua vida. Isso significa dar força, sim, ao atendimento primário, mas a assistência primária não daria conta de resolver o problema que o SUS se propôs a resolver. O SUS precisa ser integral, então vai sempre prescindir de uma retaguarda de clínicas especializadas, hospitais e de toda uma rede que dê conta desse princípio da integralidade. A atenção primária deve ser a garantia da porta de entrada das pessoas, mas não é viável que a gente tenha um sistema de atenção primária divorciado do resto. O Brasil, nos anos 1990, criou isso, uma rede de atenção primária que é absolutamente apartada do resto do processo de atendimento. Com todo o mérito que a gente tem hoje de ter Programa Saúde da Família em todo o território brasileiro, nós estamos ainda longe de resolver o problema da saúde brasileira. Um indivíduo que tem só um médico da Saúde da Família não tem nada. Ele tem que ter um médico de Saúde da Família, tem que ter a retaguarda de um otorrinolaringologista quando ele precisa, de um cancerologista, oftalmologista, de um exame laboratorial, os recursos que ele irá precisar ou que precisa para ter realmente uma atenção integral. Agora, a saúde depende de outros fatores para além do setor. Uma sociedade ou uma comunidade expressa, no seu nível de saúde, o conjunto das políticas sociais às quais ela tem acesso – política de emprego, de renda, de moradia, porque todas essas políticas sociais geram qualidade de vida e, portanto, saúde.
 O governo federal costuma alegar que faltam médicos no Brasil. Essa afirmação é verdadeira?
 Há falta de médicos no Brasil, sem dúvida, mas há uma má distribuição enorme. Há uma política que não fortalece e não favorece uma melhor distribuição. A ausência de planos de cargos e salários, a ausência de políticas efetivas de fixação de profissionais no interior. Há uma necessidade de se criar, no âmbito nacional, diretrizes gerais para políticas locais que deem conta de fixação não só de médicos como de enfermeiros, para garantir o acesso universal. Quais os avanços mais imediatos para melhorar a saúde pública no Brasil? Imediatamente nós precisamos de um maior investimento público, de ampliação do investimento e do gasto per capita em saúde. Precisamos de compromisso político. Temos que mobilizar, nas próximas eleições, uma consciência e um compromisso popular de cobrança, dos respectivos prefeitos, pela implementação do Sistema Único de saúde. Um sistema público, de qualidade e que respeite os princípios da Constituição. MODIFICADO DE: http://www.brasildefato.com.br/node/10182

ª Conferência do Trabalho Decente aprova fim do interdito para greves


A 1ª Conferência Nacional do Emprego e Trabalho Decente terminou na tarde deste sábado (11), em Brasília, com avanços fundamentais para a classe trabalhadora. Propostas de redução da jornada, liberdade e autonomia sindical, combate àa práticaa antissindicaia e igualdade entre gêneros foram aprovadas na plenária final. A Contraf-CUT participou, através do presidente Carlos Cordeiro, do secretário de Organização do Ramo Financeiro, Miguel Pereira, e do diretor executivo Plínio Pavão. O próximo passo é reunir a comissão organizadora da conferência para sistematizar os pontos aprovados e construir o Plano Nacional de Trabalho Decente. Paralelo a isso, o governo federal deve retomar o Grupo de Trabalho Tripartite para construir essa agenda. Para a classe trabalhadora, a aprovação dos eixos passa a servir de referência em disputas nos espaços de formulação de propostas, inclusive políticas públicas. Dia de embates Conforme definido em acordo costurado após exaustivas discussões durante a madrugada de sexta-feira para o sábado, as propostas em que houve consenso foram submetidas ao plenário. Depois, trabalhadores e empregadores puderam apontar cinco pontos que julgavam prioritários e submetê-los ao plenário. Porém, os patrões resolveram descumprir o termo e boicotaram a plenária final, assim como já haviam feito nos debates dos grupos de trabalho na tarde de sexta. Dever cumprido Entre as proposições do bloco consensual, passaram pontos importantes como o respeito à liberdade e exercício da prática sindical e a responsabilidade solidária para as empresas contratantes nos casos de terceirização. Não houve consenso com a bancada patronal sobre o fim da aplicação do interdito proibitório como medida judicial para impedir o legítimo exercício da greve e o governo sugeriu a retirada do item. Porém, os trabalhadores não concordaram e submeteram a proposta à votação do público, que rejeitou a supressão. Ainda seguindo o acordo firmado, a bancada dos trabalhadores elencou suas prioridades para a conferência: a criação de mecanismos para garantir a igualdade entre mulheres e homens e coibir a discriminação nas relações de trabalho; a implementação de medidas que coloquem em prática a Agenda Nacional do Trabalho Decente da Juventude, a definição de ações para viabilizar a plena liberdade de organização sindical, a partir do local de trabalho; o eixo referente à reforma agrária, com a limitação da propriedade rural e revisão dos índices de produtividade, e, por fim, o tema essencial desta conferência: a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, com a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 231/1995. Todas aprovados pela imensa maioria, em um exemplo de que é possível ampliar o processo democrático no Brasil. "Essa conferência prova que podemos discutir o mundo do Trabalho na sociedade brasileira de maneira tripartite", avalia a secretária de Mulheres da CUT, Rosane Silva, também uma das representantes da Central na Comissão Organizadora Nacional (CON) do encontro. Patrões não querem discutir melhorias Os trabalhadores tentaram até o fim manter o caráter tripartite, mas a dificuldade em vencer a bancada do movimento sindical, da sociedade civil e em aprovar propostas voltadas à precarização das relações trabalhistas, fez com que os patrões desistissem da última plenária. Dessa forma, além de desrespeitar as etapas preparatórias, que envolveram 23 mil pessoas em 273 etapas preparatórias, incluindo estaduais, regionais e municipais, os empresários deram as costas a toda a sociedade, que custeou com recursos públicos os delegados, observadores e convidados. No discurso final lido no plenário, único momento em que participaram do encerramento da conferência, os patrões comunicaram a suspensão da participação por não terem condições mínimas de atuação, mas afirmaram estar abertos ao diálogo e à negociação. Segundo o secretário de Administração e Finanças da CUT e também representante da Central na CON, um mero jogo demagógico. Giba Laís Abramo, da OIT, apontou que a conferência é apenas o primeiro passo para construção de uma política pública de trabalho decente no país "Assistimos a uma irresponsabilidade por parte dos empresários, na medida em que fizemos todos os esforços para eles participarem, mas não quiseram. Isso demonstra que para eles o tripartimos está só no discurso, não tem vida prática, porque não aplicam o que pregam. Essa atitude foi muito rebaixada, se utilizaram de sórdidos instrumentos e uma leitura errônea de instrumentos regimentais para justificar a ausência." O dirigente observa ainda que, ao contrário do que disse o presidente da Confederação Nacional da Indústria, Robson Braga, na abertura da conferência, o conflito interno não perdeu o sentido. "Saímos daqui convencidos de que a luta de classes continua exposta em nossa país e a prova disso foi essa conferência onde os empregadores demonstraram que não quer debater melhorias de condições para os trabalhadores desse país." Para governo e OIT, apenas o começo O secretário de Políticas Públicas e Emprego do Ministério do Trabalho, Marcelo Aguiar, representante do ministro Brizola Netto no encerramento, acredita que a conferência cumpriu sua missão. "A grande maioria dos pontos foi aprovado por consenso e no final é que houve a suspensão da participação dos empregadores por divergência em pouquíssimos pontos. Mas, a conferência conseguiu coroar um processo de mais de dois anos em todo o país e conseguimos aprovar um documento de referência para a continuidade da construção de um sistema público de trabalho e emprego decente. Essas questões vão continuar sendo tratadas e algumas já estão em discussão no Congresso Nacional", citou. Diretora da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Laís Abramo, lembrou que a conferência representa a discussão mais ampla em torno do mundo do Trabalho já realizada no Brasil e no mundo, mas que não encerra a discussão. "Até por ser a primeira experiência, não se deu a discussão na forma e no nível que se esperava. Mas, aqui não é o final. Existe uma base importante para se continuar a discussão que estava prevista para construção de uma política nacional de emprego e trabalho decente no Brasil."
 Fonte: Contraf-CUT com Luiz Carvalho - CUT      http://www.contrafcut.org.br/noticias.asp?CodNoticia=31553

domingo, 12 de agosto de 2012

Carta Musicada a um Politico.


O Rap ainda cobra. E AGORA JOSÉ?
Terça-Feira da semana passada (dia 31/7/2012), no site do politico José Serra, saiu uma nota atribuindo ao candidato a prefeitura de SP o espaço conquistado pelo rap dentro do Centro Cultural da Juventude Ruth Cardoso (CCJ Cachoeirinha). Não contente em se vangloriar por algo não feito por ele, no texto há citações a projetos e artistas que não tem nenhuma ligação com o partido e/ou candidato em questão. Após a publicação dessa nota o coletivo Reviva Rap – citado no texto – publicou uma nota de repúdio e esclarecimento deixando claro que não tinha nada a ver com o acontecido. O Rapper Mamuti 011, componente do coletivo, resolveu fazer sua resposta de forma diferente. Através de um webvideo ilustrado com imagens que contestam as palavras do politico e uma música composta especialmente para a situação o MC alerta os ouvintes para as balelas do candidato a prefeitura da cidade de São Paulo além de citar outras “falhas” do politico. O Vídeo correu rápido pelo FaceBook e twitter e em 5 dias colecionou posts em blogs movimentados que discutem sobre politica entre outros assuntos. Dos blogs/sites que foi postado se destacam os dos jornalistas Paulo Henrique Amorim (Conversa Afiada) e o do também jornalista Luis Nassif. O objetivo da música não é fazer campanha politica em prol de qualquer legenda politica e sim alertar aos amantes da cultura Hip Hop que há pessoas querendo se vangloriar com o corre dos que fazem acontecer a cultura de forma independente. Continuamos lutando pela propagação da mensagem. E caso alguém da assessoria do candidato, ou quem sabe até o próprio, se propuserem a responder, fica a pergunta: E AGORA JOSÉ, VAI DIZER QUE FOI VOCÊ?
 (Equipe Mamuti)
Letra: Mamuti 011
 Beat: Mamuti 011
Gravação, Mixagem e Masterização:Estúdio Coisa Simples por Iuri Stocco
Webvideo por CoisaSimples
 Letra:
Há quanto tempo independente a gente faz acontecer?
 E agora José? cê vem dizer que foi você?
Levamo rap pros lugares onde ninguém daí vê...
E agora José? Cê vai dizer que foi você? ______________________________________________
 Cê foi prefeito e nunca deu atenção pra nós Largou na mão do Kassab,
Rap continuou na voz Governador do estado, e o que fez pros nossos?
Agora quer fazer campanha com os NOSSOS esforços?
 Aham, tá bom...
só você que é esperto
Achando mesmo que a gente ia ficar queto
Ou será que pensou que não tomariamos ciênscia?
 Digno da sua corja subestimar a inteligência de quem carregava caixa e pedia luz pros moradores
 Intera nas latinhas pra quebrada ter mais cores
 Nunca tivemos sua presença solene
Engraçado, porque lá sempre chegava a PM Pra reclamar do som alto,
porque fazia pensar
 Pra falar que era baderna, povo a confraternizar
Hoje tamo na TV.
 A imprensa se arreganha
Agora é bonito ter rap na sua campanha? Né? ________________________________________________
 Há quanto tempo independente a gente faz acontecer?
 E agora José? cê vem dizer que foi você?
 Levamo rap pros lugares onde ninguém daí vê...
E agora José? Cê vai dizer que foi você? ________________________________________________ Lembra do escola da família?
Tirando os moleque da rua
Cê assumiu o programa acabou.
Será que não foi ordem sua?
 A cada ano que passa burocratizam a cultura
E seu pupilo Gilberto pois militar na subprefeitura
 Isso atrasa o Rap que cê diz dar espaço
Por isso evento de quebrada é cada vez mais escaço
 Tem focos de resistência em alguns cantos da SP
Que sobrevivem por nunca terem precisado de vcê!
 Cê tem nojo do nosso povo, num finge que não
Fácil querer seR bom moço perto da eleição
Duas caras, deve achar que a gente é otário
 Faz cara de cansaço.
..mas foi nosso o trabalho
 Quer o mérito pelo que a gente realizou no CCJ?
Se toca, O rap não se ilude, então anota
Que se tem show de rap lotado, eu reforço o coro
Se aparecer lá vai ser vaiado igual foi no show do Criolo

FONTE:http://www.mamuti011.com.br/2012/08/08/carta-musicada-a-um-politico-o-rap-ainda-cobra-e-agora-jose/

Mamuti 011 - E Agora José? (WebVideo)

Fraudes prejudicam mais de 7,7 mil em concursos públicos na PB


Mais de 7,7 mil candidatos na Paraíba estão prejudicados pela anulação de cinco concursos e a suspensão de um, com indícios de fraudes investigadas pelo Ministério Público do Estado (MPPB). Com isso, o esquema descoberto na Operação Gabarito pelo órgão teria faturado mais de R$ 427 mil nestes seis concursos, nos municípios de Princesa Isabel, Santa Luzia, Nova Floresta, Santa Cecília, Serra da Raiz e Emas. O MPPB está investigando denúcias de fraudes em mais 56 municípios, totalizando 62, nos quais a Metta Concursos participou de processos licitatórios. Paraibanos que se preparam para concursos públicos há mais de dois anos, sentem frustração e desânimo diante da possibilidade de fraudes em provas. Dados parciais do MPPB mostram que, até a última quinta-feira, 14 cidades já haviam recebido a recomendação do órgão para cancelar ou suspender concursos públicos nos quais a Metta Concursos e Consultoria participou do processo licitatório, mesmo que não tenha vencido. Entre junho de 2009 e fevereiro deste ano, a empresa participou de 86 licitações realizadas em 62 municípios paraibanos, de acordo com o Tribunal de Contas do Estado (TCE). A empresa venceu 40 licitações somente na Paraíba e recebeu cerca de R$ 2,8 milhões dos cofres públicos. Um levantamento feito pelo CORREIO constatou que sete prefeituras cancelaram e três suspenderam os certames realizados pela Metta. A anulação deve ser feita nos casos em que os concursos já foram concluídos e, a suspensão, em concursos em andamento, segundo recomendação do MP. Os sete municípios que cancelaram os concursos públicos foram Princesa Isabel, Santa Luzia, Nova Floresta, Santa Cecília, Conceição, Serra da Raiz e Manaíra. Destes, as prefeituras de Conceição e Manaíra não souberam informar o total de candidatos inscritos. Os municípios que suspenderam concursos foram Pocinhos, Caldas Brandão e Emas. Destes, somente Emas informou o número de inscritos para o certame. Candidatos não são ressarcidos A recomendação do MPPB também prevê a devolução do dinheiro arrecadado com as inscrições aos candidatos. No entanto, até agora, ninguém foi ressarcido. De acordo com o coordenador do Centro de Apoio Operacional (Caop) do Patrimônio Público, José Raldeck, a prefeitura deve tomar todas as medidas cabíveis para devolver o dinheiro e, caso algum candidato se sinta prejudicado, pode denunciar junto à Promotoria da cidade para que ela ajuíze ação civil pública contra a gestão municipal. De acordo com o órgão, cada caso será analisado e caberá à Justiça se os candidatos permanecerão ou não nos cargos para os quais foram aprovados. Os municípios têm um prazo de 30 dias, a partir da data de recebimento da recomendação, para abrir nova licitação para contratar empresa que irá elaborar novo concurso público. Postado por Luiz Claudio Souza
 FONTE: http://showdamanhapb.blogspot.com.br/2012/08/fraudes-prejudicam-mais-de-77-mil-em.html

domingo, 5 de agosto de 2012

SOS EMÍLIO RIBAS


OS FUNCIONÁRIOS DO HOSPITAL EMÍLIO RIBAS VEM A PÚBLICO PEDIR À POPULAÇÃO APOIO AO ATO EM DEFESA DO INSTITUTO EMÍLIO RIBAS CONTRA A SUA PRIVATIZAÇÃO, DA SAÚDE PÚBLICA PARA TODOS SEM DISTINÇÃO, COM QUALIDADE E PRONTO ATENDIMENTO. DIA 07 DE AGOSTO DE 2012, ÀS 9 HORAS, EM FRENTE AO HOSPITAL EMÍLIO RIBAS, AV. DR. ARNALDO, 365.ABRAÇO NO EMÍLIO RIBAS. EM DEFESA DO SUS. DA SAÚDE PÚBLICA COM QUALIDADE. AJUDE A DEFENDER ESTA INSTITUIÇÃO CENTENÁRIA DO ATAQUE DA PRIVATARIA TUCANA. PRECISAMOS DO COMPARECIMENTO DA POPULAÇÃO, POIS FUNCIONÁRIOS CONCURSADOS DESTE HOSPITAL ESTÃO SENDO AMEAÇADOS DE PUNIÇÃO PELA PARTICIPAÇÃO NO ATO POR FUNCIONÁRIOS PRIVADOS DA FUNDAÇÃO.

Emílio Ribas e CRT – DST/Aids estão em luta!


O CRT – DST/Aids e o Instituto Emílio Ribas têm em comum, além do atendimento de qualidade aos portadores de Aids e outras DSTs, a luta contra a privatização dos serviços de saúde. O Instituto de infectologia Emílio Ribas foi fundado a mais de 130 anos, e participou ativamente de todas as grandes epidemias já ocorridas até hoje, passando a atender a um número cada vez maior de doenças infecciosas. Tornou-se referência internacional no tratamento de doenças como meningites, sarampo, dengue, pneumonias, H1N1, coqueluche, sífilis e Aids. Apesar de todo esse histórico vem sendo sucateado pelo governo do estado. Faltam medicamentos, equipamentos, profissionais em todas as áreas - há muito tempo não é realizado concurso público para preencher as vagas - o espaço físico está degradado, não oferece condições adequadas de trabalho e consequentemente pode causar acidentes tanto para o trabalhador quanto para o paciente usuário de nossos serviços. O convênio com a Fundação Faculdade de Medicina só veio agravar esse quadro. Quem paga o preço são os trabalhadores e pacientes. Os trabalhadores, antes concursados e com 40% de insalubridade e jornada de trinta horas vão perdendo espaço para a Fundação - cujos interesses estão longe daqueles representados por saúde universal e gratuita - que contrata com jornada quarenta horas semanais e pagamento de 10% de insalubridade. Soma-se a esse deplorável cenário a falta de fraldas descartáveis, de medicamentos básicos como omeprazol, lazix e diazepam. Recentemente o Instituto Emílio Ribas recebeu o anúncio de que trataria agora dos 3200 pacientes antes atendidos pela Casa Aids – local para onde eram encaminhados os pacientes do Hospital das Clínicas – ou seja, de responsabilidade da Fundação Faculdade de Medicina - não trata-se aqui de sermos contra o atendimentos de tais pacientes, trata-se apenas de reconhecer que não há condições diante da sistemática falta de investimentos de receber número tão expressivo de pessoas necessitando de cuidados. Ainda assim essa transferência se deu agravando o quadro descrito. É aí que entra o CRT – DST/Aids, serviço de excelência no tratamento de portadores de Aids e DSTs e sede do Programa Estadual com histórico de 28 anos de atendimentos. Esse centro especializado recebeu da Secretária de Saúde do Estado de São Paulo no dia 10/07/2012 a notícia da determinação do fechamento de seus 24 leitos de internação. Para “tranquilizar” funcionários e pacientes, dizem que tais leitos seriam transferidos ao Emílio Ribas! Mais uma vez assistimos em São Paulo a luta de interesses na saúde de um lado a privatização – aqui representada pela Fundação – para a qual quanto maior o número de pacientes maior a possibilidade de lucros. Do outro lado a população e os trabalhadores que precisam do serviço para sobreviver. Se hoje temos no Brasil e, em especial em São Paulo, assistência de qualidade aos portadores de Aids, isso não se deu sem luta. O Instituto Emílio Ribas e o CRT –DST/Aids são símbolos dessa mobilização. Assim, é o momento de seguirmos na luta por direito à saúde e em sermos radicais ao afirmar “a nossa luta é todo dia, nossa saúde não é mercadoria”.
 FONTE: http://forumpopulardesaude.com.br/site/index.php/noticias/170-emilio-ribas-e-crt--dstaids-estao-em-luta

CNG/ANDES-SN denuncia golpe do governo e conclama docentes a intensificar greve


Em comunicado encaminhado as assembleias de base na madrugada desta sexta-feira (3), o Comando Nacional de Greve do ANDES-SN denuncia o atentado à democracia sindical e ao direito de greve praticado pelo governo federal ao suspender unilateralmente as negociações com os docentes em greve. Conclama ainda os professores a intensificar o movimento para pressionar pela retomada do processo de negociação. “Coerente com sua tática mais geral, o governo confirma posição autoritária frente aos conflitos grevistas, desprezando as deliberações dos docentes em greve em defesa da pauta do ANDES-SN e buscando impor um “acordo” que assegura seu projeto estratégico de Estado”, diz o comunicado. De acordo com o texto, os professores foram profundamente desrespeitados pelo governo Dilma, que desconsiderou a proposta de carreira de Professor Federal, construída coletivamente, de forma democrática e pela base, protocolada desde março de 2011 pelo ANDES-SN. “O processo não acabou. O governo tenta desferir um golpe com a pretensão de quebrar a nossa resistência e impor a sua proposta a partir da adesão do Proifes. O momento é de reagir para assegurar a reabertura da negociação da pauta do ANDES-SN com o conjunto da categoria em greve, reafirmando, mais uma vez, a nossa disposição para negociar”, aponta o CNG, conclamando os docentes a intensificar a mobilização. Na agenda indicada pelo Comando, estão rodadas de assembleias, atividades nos estados, pressão junto às reitores e aos parlamentares solicitando a interveniência pela retomada de negociação e solicitação de audiência com os ministros da Educação e do Planejamento. Confira aqui a íntegra do Comunicado.http://www.unb.br/noticias/unbagencia/unbagencia.php?id=6883 Veja, também, o relato do CNG acerca da reunião realizada no dia 1º de agosto entre representantes do governo e as entidades sindicais.
VIA: http://coletivizando.blogspot.com.br/

Operação Assepsia: Mineiro critica governo por priorizar Marca em detrimento da saúde


Por Carlos A. Barbosa No Blog do Barbosa O deputado petista Fernando Mineiro faz duras críticas a governadora do Rio Grande do Norte, Rosalba Ciarlini (DEM), em seu site. Segundo o parlamentar, após 18 meses de (des)governo, a chefe do Executivo estadual, Rosalba Ciarlini, anunciou os primeiros investimentos efetivos para reestruturação do sistema público de saúde. Após declarar estado de calamidade pública, em coletiva realizada na tarde de quarta-feira (4), a governadora declarou que irá direcionar R$ 25 milhões para a aquisição de novos equipamentos, pagamento de servidores e reforma dos 12 maiores hospitais da rede estadual, como o Walfredo Gurgel, Santa Cantarina e João Machado. Para o deputado Fernando Mineiro (PT), a atitude do Gov.Rosa.DEM mostra apenas um governo desestruturado e sem planejamento, e que durante 500 dias não demonstrou interesse em tratar a saúde pública como uma de suas prioridades. Segundo o parlamentar, há um interesse em “promover um desmonte” do sistema público em prol da privatização dos serviços. - É só comparar: depois de 500 dias de gestão, Rosalba anuncia R$ 25 milhões para a saúde. Entretanto, por um contrato de cartas MARCAdas, já pagou 10,6 milhões em 4 meses para a gestão de apenas um hospital, analisa. Mineiro refere-se ao contrato estabelecido pelo governo do estado com a Associação Marca para a gerência do Hospital da Mulher de Mossoró, em uma parceria de seis meses que custa R$ 16 milhões aos cofres públicos. Um levantamento do mandato do deputado mostrou que, durante o mesmo período, a governadora havia investido menos de 0,5% na saúde. A Associação Marca é também uma das Organizações Sociais investigadas pelo Ministério Público na Operação Assepsia, por estabelecer contratos fraudulentos com a prefeitura de Natal. O deputado também afirma que irá fiscalizar a aplicação dos recursos. - Espero que o decreto de calamidade pública não seja apenas desculpa para a dispensa de licitação. Vamos fiscalizar, declarou.
VIA: http://www.blogdodanieldantas.com.br/2012/07/operacao-assepsia-mineiro-critca.html

Bancário do Banco do Brasil receberá indenização por assedio moral


Um empregado do Banco do Brasil receberá indenização de R$50 mil por ter sofrido violência psicológica extrema enquanto estava doente. O assédio moral causou para o empregado prejuízos significativos, resultando em seu pedido de demissão. A decisão foi do juiz substituto Neurisvan Alves Lacerda, em atuação na 1ª Vara do Trabalho de Montes Claros. Segundo o relato do reclamante, mesmo sabendo que estava doente, o banco recusou seus atestados médicos e o encaminhou para o INSS. Diante de tanta pressão, acabou retornando ao trabalho, quando foi informado de que havia sido remanejado para quadro suplementar, com atribuição de tarefas de maior esforço físico e perda de vantagens. Ainda de acordo com o trabalhador, o banco realizou diversos débitos indevidos em sua conta-corrente, creditou e estornou verbas, bem como deixou de pagar proventos por mais de quatro meses. Isso acabou fazendo com que tivesse o nome incluído nos cadastros dos órgãos de proteção ao crédito. Tudo isso para forçá-lo a pedir demissão, pois pretendiam colocar um empregado com salário inferior em seu lugar. Ao final, não aguentando mais as perseguições, pediu demissão para receber a aposentadoria da PREVI. O Banco do Brasil tentou explicar seus atos, mas não convenceu o magistrado. Isto porque, ao analisar o processo, o julgador não encontrou nada que depusesse contra a conduta do empregado, que prestou todas as informações sobre seu quadro de saúde. Para o magistrado, o banco é que foi omisso, sequer tendo convocado o trabalhador para uma avaliação física. Ficou clara a negligência do empregador na pesquisa do prazo necessário à recuperação do empregado. Com isso, o reclamante acabou sendo incluído no quadro suplementar, conforme as normas do banco. A medida foi tomada por falha no acompanhamento da situação e estado de saúde do reclamante, prejudicando-o quanto às vantagens que vinha recebendo durante o afastamento. O banco realizou estorno de salário que havia sido depositado na conta corrente do reclamante, conduta repudiada pelo julgador, que constatou que somente a retenção de proventos é autorizada por norma do banco, não o estorno. Ademais, a própria defesa chegou a admitir que a autorização expressa para débitos em conta corrente somente foi formalizada por ocasião do desligamento. O juiz registrou que, diante de um questionamento do empregado, a única preocupação do banco foi "a possibilidade de gerar perda financeira ao Banco do Brasil, por demanda trabalhista" . Para o magistrado, ficou claro que o banco sabia exatamente o prejuízo que estava causando ao empregado. "De fato, afigura-se ilícita a conduta do banco em invadir a conta bancária de seu empregado para debitar parcelas salariais supostamente indevidas. Os descontos salariais são legalmente previstos (art. 462 da CLT, por exemplo) e a cobrança direta e extrajudicial de valores constitui exercício arbitrário das próprias razões, sobretudo se o débito deixa a conta desfalcada, à mercê dos juros abusivos do cheque especial", destacou o julgador. No modo de entender do magistrado, o empregado sofreu prejuízos significativos, já que as dívidas geraram descontrole da conta bancária, levando-o a contratar empréstimos pessoais para contornar a dívida, pagando juros. Cheques foram devolvidos e notificações com aviso de bloqueio de cartão de crédito foram enviadas. O cheque especial foi cancelado e, por fim, o nome do reclamante foi incluído em cadastros dos órgãos de proteção ao crédito. "A conduta do banco, portanto, configura assédio moral, porque exerceu sobre o reclamante uma violência psicológica extrema, de forma sistemática e frequente, durante um tempo significativo, comprometendo seu equilíbrio emocional, o que resultou no seu pedido de demissão", concluiu o julgador, ressaltando a conduta patronal violou direitos personalíssimos do reclamante. Principalmente o direito fundamental ao trabalho digno, à vida saudável, ao bem estar e à integridade física e psíquica. "A conduta banqueira reputa-se ilícita e atrai a sua responsabilidade civil, nos termos dos artigos 186 e 927 do CC", finalizou, condenando o banco a pagar indenização por dano moral no valor de R$ 50 mil. Houve recurso, mas a decisão foi mantida pelo Tribunal de Minas. Fonte: TRT MG Link: http://www.contec.org.br/contec-online/170-julho-2012/6955-inf121282-bancario-do-banco-do-brasil-recebera-indenizacao-por-assedio-moral
VIA: http://www.afbnb.com.br/paginas_multiplas_detalhes.php?cod_noticia=9424&titulo=Ass%E9dio%20Moral

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