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domingo, 29 de julho de 2012

Representação política e interesses particulares na saúde: o caso do financiamento de campanhas eleitorais pelas empresas de planos de saúde no Brasil


A U TO R E S
Mário Scheffer
Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP)
Lígia Bahia
Laboratório de Economia Política da Saúde da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
ABRIL DE 2011

Nas eleições de 2010 as empresas de planos de saúde destinaram R$ 11.834.436,69 em doações oficiais para as campanhas de 153 candidatos a cargos eletivos. O apoio financeiro dos planos de saúde contribuiu para eleger 38 deputados federais, 26 deputados estaduais, três senadores, além de quatro governadores e da presidente da República, Dilma Rousseff. Outros 81 candidatos receberam apoio mas não foram eleitos. 
A participação dos planos de saúde em 2010 foi mais expressiva do que nas eleições de 2006, quando as empresas do setor repassaram R$ 8.626.256,69 (em valores corrigidos pelo IPCA), um acréscimo de 37,2%. Em relação às eleições de 2002, quando essas empresas destinaram R$ 1.398.040,40, o aumento foi de 746,5%. As conclusões integram o estudo “Representação política e interesses particulares na saúde” de autoria dos pesquisadores Mário Scheffer, do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e Lígia Bahia, do Laboratório de Economia Política da Saúde da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). 
Foram identificadas em 2010 doações contabilizadas de 48 empresas de planos de saúde, enquanto 62 empresas doaram em 2006. Algumas empresas investiram mais recursos individualmente, se comparadas às doações nas eleições de 2006. Em 2002, apenas 15 empresas de planos de saúde figuravam como doadoras. 
Empresas de planos de saúde doadoras e recursos investidos nas eleições, Brasil, 2010
 Eleições  Nº empresas doadoras             Recursos repassados                             Valores corrigidos 
                                                              (em R$)                                           ( IPCA-julho 2010)

2002       15                                         839.000,00                                    1.398.040,40
2006        62                                      7.138.208,18                                   8.626.256,69      
2010        48                                      11.834.436,69                                  -


Elaboração dos autores. Fonte: TSE
Ao analisar por segmento de atuação dos planos de saúde predomina a participação das cooperativas médicas (Unimed), que foram responsáveis por 66,06% do total das doações, seguidas pelas administradoras e corretoras (17,88%), pelas empresas de Medicina de Grupo (10,15%) e pelas seguradoras (5,91 %).

Entre os doadores de 2010 aparecem três empresas, agrupadas no estudo na condição de administradoras/corretoras, que atuam na gestão de benefícios e na viabilização, comercialização e administração de planos de saúde coletivos por adesão. São elas: Qualicorp, Aliança e Unimed Goiânia Corretora. Verifica-se a ausência, nas doações contabilizadas, das seguradoras de saúde (com exceção da Unimed Seguradora, que doou R$ 700.000,00). Algumas seguradoras e bancos que comercializam vários tipos de seguros, inclusive saúde, figuram como doadoras, mas não foram computadas no estudo. No caso dos planos de saúde de autogestão não foi relacionada nenhuma doação, embora algumas empresas que mantém planos próprios para seus empregados Já os hospitais filantrópicos que comercializam planos de saúde próprios são proibidos, pela legislação eleitoral, de doar recursos para campanhas eleitorais. 
As maiores empresas doadoras em 2010 foram a Unimed do Estado de São Paulo - Federação Estadual das Cooperativas Médicas, com R$ 3.570.000,00 e a Qualicorp Corretora de Seguros, que destinou R$ 1.900.000,00. Em 2006, a Unimed do Estado de São Paulo também foi a campeã de doações, desembolsou cerca de R$2,9 milhões naquelas eleições. As cooperativas Unimed surgiram nos anos 60 como uma estratégia de preservar o mercado de trabalho médico das ameaças de exploração das empresas de Medicina de Grupo. Elas se apresentam como um grupo de médicos livremente organizados,
com característica não lucrativa e independente, que investem formalmente em representações políticas.


No caso da Federação das Unimeds do Estado de São Paulo o apoio a candidatos é público e oficial, deliberado pelo Núcleo de Assuntos Estratégicos (NAE) da entidade, que traz em seu estatuto, como missão: “apoio e orientação a cada cooperado que desejar ingressar ou permanecer na vida política, com vistas a defender e propagar os princípios do cooperativismo médico”(www.unimeds.com.br). Entre as empresas de Medicina de Grupo, as maiores doadoras de 2010 foram Amil, Vitallis e Amico. A Amil é a empresa de planos de saúde que mais se expandiu Destaca-se a presença do Gupo Aliança (R$ 306.000,00 de doações) que, ao lado da Qualicorp, figuram pela primeira vez no financiamento formal de campanhas eleitorais, coincidindo com o momento de crescimento deste ramo de administração 
de benefícios, objeto de regulamentação específica da ANS em 2009.
Deputados federais
A “bancada” da saúde suplementar cresceu na Câmara dos Deputados. Em fevereiro de 2011 tomaram posse 38 deputados federais que tiveram, entre seus doadores oficiais declarados, empresas de planos de saúde. Em 2006, haviam sido eleitos 28 deputados com o apoio deste segmento. O campeão de recursos recebidos de planos de saúde em 2010 é Marco Aurélio Ubiali (PSB-SP), beneficiado com R$ 85.000,00, seguido pelo ex-Ministro da Saúde José Saraiva Felipe (PMDB-MG), com R$ 270.000,00, Willian Dib (PSDB – SP), beneficiado com R$ 154.000,00 e Dilceu João Sperafico (PP – PR), com R$ 105.000,00. 
No levantamento aparecem 10 deputados reeleitos, apoiados por planos de saúde nas eleições de 2006 e de 2010: Arnaldo Calil Pereira Jardim (PPS-SP), Dilceu João Sperafico (PP-PR), Eleuses Vieira de Paiva (DEM-SP), Geraldo Thadeu Pedreira dos Santos (PPS-MG), José Francisco Paes Landim (PTB-PI), José Saraiva Felipe (PMDB-MG), Marco Aurélio Ubiali (PSB – SP), Moacir Micheletto (PMDB-PR), Osmar Gasparini Terra (PMDB-RS) e Osmar José Serraglio (PMDB- PR). Receberam apoio financeiro, mas não foram eleitos, 30 candidatos a deputado federa. Alguns candidatos não eleitos receberam doações expressivas, com destaque para Dalmo Claro de Oliveira (PMDB-SC), ligado ao sistema Unimed. 
Sozinho, recebeu R$ 2.371.236,69, somando as doações de seis diferentes cooperativas Unimed, que praticamente financiaram toda a campanha do candidato. 

Exemplos de deputados federais eleitos apoiados por empresas de planos de saúde, segundo doadores e recursos recebidos, Brasil, 2010 

Marco Aurélio Ubiali * PSB – SP,  285.000,00,  Unimed do Estado de São Paulo - Federação Estadual das Cooperativas Médicas 
José Saraiva Felipe PMDB – MG, 270.000,00, Vitallis Saúde S/A ......................... 170.000,00 
                                                                          Federação Interfederativa das Cooperativas de Trabalho                             
                                                                            Médico do Estado de Minas Gerais ........... 100.000,00 
William Dib * PSDB – SP 154.000,00 Unimed do Estado de São Paulo - Federação Estadual das 
                                                                 Cooperativas Médicas .................. 150.000,00
                                                             Sermed Serviços Médicos do ABC S/C Ltda .......... 4.000,00



Quanto aos deputados estaduais, dentre os eleitos, 26 receberam doações de empresas de planos de saúde (27 estaduais haviam recebido o apoio em 2006). Foram eleitos sete deputados para a Assembleia Legislativa de Minas Gerais, seis em São Paulo, cinco no Paraná, cinco no Rio Grande do Sul, dois no Amazonas e um no Rio de Janeiro. Outros 47 candidatos a deputados estaduais foram beneficados pelos planos de saúde nas eleições de 2010, mas não se elegeram.





Governadores
Conforme as doações contabilizadas, quatro governadores eleitos em 2010 foram apoiados por empresas de planos de saúde privados (em 2006, três governadores eleitos contaram com ajuda financeira dos planos). Dois governadores - Geraldo Alckmin (PSDB-SP) e Sérgio Cabral (PMDB-RJ) - foram favorecidos com recursos mais expressivos, enquanto os outros dois - Wilson Martins (PSB-PI) e 
Agnelo Queiroz (PT-DF) contaram com doações pouco representativas. Dentre os candidatos a governador derrotados em 2010, nenhum recebeu ajuda financeira de planos de saúde. 

Governadores eleitos apoiados por empresas de planos de saúde, segundo doadores e recursos recebidos, Brasil, 2010 
Governadores eleitos
Geraldo Alckmin PSDB -SP 400.000,00 Planos de Saúde/Doadores Qualicorp Corretora de Seguros S/A 
Sergio de Oliveira Cabral Santos Filho PMDB - RJ 170.000,00 Amil Assistência Médica                                                                                               Internacional S/A .................... 100.000,00
                                                                                              Amico Saúde Ltda .................... 70.000,00
Wilson Nunes Martins PSB – PI, 1.500,00            Assistência Médico   Hospitalar Ltda                        Agnelo Santos Queiroz Filho PT – DF, 1.000,00       Aliança Administradora de Benefícios de Saúde Ltda 
Elaboração dos autores. Fonte: TSE, 2011


Senadores
Nas eleições de 2010, três senadores (Quadro 8) foram eleitos com apoio financeiro dos planos de saúde. Ana Amélia (PP-RS), Demóstenes Torres (DEM-GO) e Lúcia Vânia (PSDB-GO) foram beneficiados com R$ 30.000,00 cada. Não foram eleitos dois candidatos a senador, inclusive o que mais recebeu recursos de 
planos de saúde: Cesar Maia (DEM-RJ), beneficiado com R$ 300.000,00 doados por duas empresas, Amil e Amico.Senadores eleitos apoiados por empresas de planos de saúde, segundo doadores e recursos recebidos, 



Presidente da República 
Os dois principais candidatos à presidência em 2010 receberam financiamento do setor de planos de saúde. A Qualicorp Corretora de Seguros doou R$ 1.0000,00 para a campanha da Presidente eleita Dilma Rousseff e a metade deste valor, R$ 500.000,00, para a campanha do candidato derrotado, José Sera. 

Ao analisar a distribuição de recursos entre os partidos dos candidatos que foram beneficiados com doações dos planos de saúde nas eleições de 2010, independente de terem ou não sido eleitos, a maior fatia foi para o PMDB, com 28,94% dos recursos, seguido de PSDB (18,16%) e PT (14,05%). Nas eleições de 2006 candidatos do DEM ficaram com 24,53 % das doações, seguido de PSDB e PV. 
Chama atenção que candidatos de 19 partidos diferentes receberam doações em 2010 (foram 17 partidos em 2006), o que demonstra uma distribuição, do ponto de vista político-partidário, bastante diversificada das doações.

Partido
PMDB                   3.482.236,69 
PSDB                    2.165.500,00
 PT                           1.631.000,00
PV                              1.211.200,00
DEM                              910.000,00
PP                             649.000,00
PSB                            487.500,00
PPS                            398.500,00
PSC                            360.000,00
PDT                            205.000,00
PTB                           135.000,00
PC do B                  95.000,00
PR                          90.000,00
PTC                         5.000,00
 PSL                        2.500,00 
PMN                      2.500,00
 PRB                           2.000,00
 PSOL                         1.500,00
 PRP                          1.000,00

Como foi feito o estudo 
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mantém on line, em sua página institucional na Internet (www.tse.gov.br), sistema de prestação de contas eleitorais. Nas eleições de 2006 e 2010 as informações disponibilizadas são mais consistentes do que nas eleições anteriores. Para identificar os planos de saúde doadores foram consultados dados (razão social e CNPJ) de 1.061 empresas operadoras em atividade no Brasil, registradas oficialmente na Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) no ano de 2010. 
A pesquisa foi realizada em três campos disponíveis no site TSE: Prestação de Contas de Candidatos, Prestação de Contas de Comitê Financeiro de Partido Político, Prestação de Contas de Doador de Campanha. A partir da relação dos planos de saúde registrados na ANS chegou-se, noTSE, 
aos planos de saude doadores, aos candidatos beneficiados e ao montante doado por cada empresa de saúde para cada candidato.
Foram consultadas as informações publicadas pelo TSE ate o dia 11 de janeiro de 2011. As informações sobre doações ainda podem ser complementadas ou retificadas ao TSE pelos prestadores de contas dos candidatos e dos partidos. 
A principal limitação do estudo é a impossibilidade de calcular nas campanhas eleitorais ocaixa dois ou os recursos não contabilizado. Outra dificuldade e a persistência, nas eleições de 2010, das chamadas doações ocultas. Em vez de serem destinados diretamente aos candidatos, os recursos são doados aos partidos políticos, que os repassaram. Com isso, na prestação de contas de vários candidatos são os diretórios partidários que aparecem como responsáveis pela doação e não as empresas que efetivamente fizeram as contribuições. A manobra permite que empresas doem a candidatos sem ter o nome associado diretamente a eles. 
O que está em jogo:
64,2 bilhoes de reais foi o faturamento anual do setor em 2009
 1.061 empresas de planos de saúde médico-hospitalares atuam no mercado
 46 milhoes de usuários estao vinculados aos planos de saúde
Fonte: ANS/2010
Qual é o interesse dos planos de saúde?
Não é fácil comprovar a relação causal entre o financiamento das campanhas com troca de favores ou com compromissos e a atuação do parlamentar ou governante em defesa dos planos de saúde.  Dai a necessidade de monitoramento constante e acompanhamento da produção parlamentar e dos mandatos dos ocupantes de cargos majoritários. A seguir um elenco de possibilidades de atuação, potenciais contrapartidas daqueles que foram beneficiados pelos planos de saúde: 
Na Câmara dos Deputados e no Senado Federal
 Apresentação de projetos de lei, relatórios, pareceres, requerimentos e votações em defesa dos interesses dos planos de saúde e, principalmente, atuação para barrar proposituras que contrariam esses mesmos interesses. Também podem protagonizar apoio a saúde suplementar ou manifestações de descrédito dirigidas ao Sistema Unico de Saude (SUS). Acompanhamento e intervenção na tramitação de projetos de lei, visando a aprovação ou veto, dependendo da matéria. Os projetos de lei que dispõem sobre saúde 
suplementar no Congresso Nacional podem ser assim agrupados: a) coberturas assistenciais (alguns projetos pedem a ampliação e outros a redução da abrangência dos contratos dos planos de saúde); b) critérios para a definição de honorários médicos e para o credenciamento de profissionais e estabelecimentos de saúde; c) regras para o ingresso de pacientes em estabelecimentos de saúde públicos e privados; d) mudanças 
na Lei dos Planos de Saúde (Lei 9.656/98); e) projetos de ampliação de isenções e deduções fiscais para a oferta e a demanda de planos de saúde; f) organização, funcionamento e tributação específica de cooperativas (Unimed); dentre outros temas. 
Atuação na defesa dos planos de saúde em comissões permanentes (como Seguridade Social, Saúde, Defesa do Consumidor), comissões especiais e audiências públicas. Durante a tramitação da Lei dos Planos de Saúde, em 1997 e 1998, e durante a CPI dos Planos de Saúde, em 2003, ficou evidente o lobby das empresas do setor que, por meio de parlamentares porta-vozes, impediram avanços e investigações. 
œ Defesa dos planos de saúde na Frente Parlamentar da Saude, que tem atuação decisiva em proposições sobre as políticas de saúde do País.
œ No caso do Senado Federal, aprovação em sabatina, após indicação do Presidente da Republica, de nomes vinculados a planos de saúde para os cargos de diretores da ANS 
œ Influência na contratação, com recursos públicos, de planos de saúde privados para o funcionalismo público, do Executivo e do Legislativo. 
Nas Assembleias Legislativas
 Definição de políticas fiscais e tributárias que se traduzem em isenções e benefícios para as empresas de planos de saúde e cooperativas. 
 Ampliação do leque de articulações em defesa dos interesses dos planos de saúde que, mesmo com pautas de âmbito nacional, podem obter mais êxito com o apoio das lideranças políticas locais. 
 Aprovação de leis estaduais que permitem contratos, parcerias e convênios entre o SUS e os planos de saúde. Em exemplo recente, em dezembro de 2010, a Assembleia Legislativa de Sao Paulo aprovou lei que destina ate 25% dos leitos de hospitais públicos administrados por Organizações Sociais para o atendimento de usuários de planos de saúde.

Nos governos federal e estaduais
Viabilização de parcerias para o compartilhamento de instalações, equipamentos e atendimento de usuários da saúde suplementar nas unidades do SUS. Isso ja ocorre, por exemplo, em muitos Hospitais Universitários federais e estaduais, caracterizando a chamada fila dupla. 
 Preservação de obstáculos que impedem a efetivação do ressarcimento ao SUS, toda vez que um usuário de plano de saúde é atendido em hospital público, conforme a legislação vigente. Para se ter uma ideia, o valor que os planos ressarciram ao SUS em 2009 ( R$ 5,6 milhões) é inferior aos R$ 12 milhoes que o setor destinou a campanhas eleitorais em 2010. 
 Garantia de representantes dos interesses dos planos de saúde em cargos estratégicos da ANS, que atua na regulação e na fiscalização dos planos de saúde. 
No final de 2010, três dos cinco diretores da ANS, inclusive o diretor-presidente, eram quadros oriundos de empresas de planos de saúde. 
Contratos com Ministérios, secretarias e órgãos do Legislativo para a assistência médico-hospitalar do funcionalismo público. Somente o governo federal destina cerca de R$ 1 bilhão por ano para a compra de planos de saúde privados para os funcionários públicos. 
Conclusões
1. Os dados fornecidos pelo TSE abrem a perspectiva de a sociedade monitorar a atuação dos parlamentares beneficiados por doações. Recomenda-se, no entanto, exame cauteloso dessas informações oficiais. Isso porque permanece incalculável a persistência e o impacto do caixa dois ou recursos não contabilizadosh e das inúmeras possibilidades ilegais de contribuição para as campanhas, como a cobertura indireta de custos de produtos, serviços, propaganda, imóveis e veiculos para comitês, doação em dinheiro vivo etc. 
2. As empresas de planos de saúde contribuiram para o financiamento das campanhas de postulantes ao mandato de cargos proporcionais e majoritários nas eleições de 2010, sugerindo o interesse desse segmento econômico pelo acompanhamento de políticas públicas em todas as esferas de governo. 
3. Os planos de saúde apoiam candidatos de diversos partidos políticos, tanto situados mais ao centro-direita no espectro ideológico, quando de partidos considerados de esquerda. O mercado da saúde suplementar aposta em indivíduos, independente do partido. Em 2010, o crescimento da bancada da saúde suplementar foi proporcional ao incremento das doações. 
4. A opção pelo apoio a candidatos localizados na mesma unidade federada da empresa de plano de saúde, ou em territórios contíguos, parece orientar uma parte da escolha dos destinatários das doações. Mas existem candidatos que foram apoiados por empresas sediadas e atuantes em várias unidades da federação, o que parece indicar expectativas de um desempenho parlamentar voltado à defesa em bloco ou em “bancada” deste interesse setorizado. 
5. Alguns candidatos receberam doações mais vultosas de determinadas empresas de planos de saúde, sendo que em certos casos o segmento suplementar foi a principal fonte de financiamento de suas campanhas. Essa especialização das fontes de financiamento pode ser indicativa de “apostas” na atuação particularista do representante político. 
6. O financiamento de campanhas e o lobby das empresas de planos de saúde excluem severamente muitos dos interesses públicos e coletivos. É necessário tornar a representação dos interesses privados, no caso os planos de saúde, ainda que legítimos, mais transparente, eqüitativa, menos fragmentada e mais próxima da defesa dos interesses da sociedade sub-representados. 
7. Os estudos sobre os interesses particulares envolvidos nas representações políticas devem ser aprofundados e somados ao combate sistemático à corrupção, à conquista de uma reforma política que viabilize a democracia participativa e ao fim do “loteamento” político de cargos e postos estratégicos nos governos e nas agências reguladoras. 
8. É inegável que cresceu no Brasil a prática de denunciar e investigar irregularidades relacionadas a gastos e arrecadação de recursos de campanhas eleitorais, ainda que tardiamente, em muitos casos após a diplomação dos eleitos ou no final dos seus mandatos. 
9. O sinal mais promissor de civilidade é o movimento que culminou na lei que exige a “ficha limpa” para os candidatos, em vigor desde junho de 2010, que torna inelegíveis candidatos criminosos já condenados por órgão colegiado.  
10. Estamos diante de desafios inadiáveis, colocados aos partidos políticos e às entidades da sociedade civil que postulam a defesa do interesse público, do bem comum e da cidadania plena. 
Autores:
Ligia Bahia: ligiabahia@terra.com.br
Mario Scheffer: mscheffer@uol.com.br

Planos de saúde doaram R$ 12 milhões nas últimas eleições


Empresas ajudaram a aumentar de 28 para 38 o número de deputados federais da bancada da saúde suplementar 25/07/2012
 Patrícia Benvenuti, da Redação
 A campanha de Dilma recebeu um milhão de reais da Qualicorp Foto: Divulgação Os planos de saúde marcaram presença no financiamento de campanhas da última disputa eleitoral. Em 2010, o setor foi responsável pela doação de R$ 12 milhões para 157 candidatos de 19 partidos. A participação das operadoras em 2010 foi mais expressiva do que nas eleições de 2006, quando as empresas do setor repassaram R$ 8,6 milhões; um acréscimo de 37,2%. Em relação às eleições de 2002, quando essas empresas destinaram R$ 1,3 milhão, o aumento foi de 746,5%. Os dados fazem parte do estudo Representação política e interesses particulares na saúde: o caso do financiamento de campanhas eleitorais pelas empresas de planos de saúde no Brasil, dos pesquisadores Mário Scheffer, do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), e Lígia Bahia, do Laboratório de Economia Política da Saúde da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Os eleitos De acordo com o levantamento, feito a partir de dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o gasto ajudou as empresas do setor a ampliarem seu espaço político em todas as esferas de governo. O apoio financeiro de 48 operadoras contribuiu para aumentar de 28 para 38 o número de deputados federais da chamada bancada da saúde suplementar. Foram eleitos também 26 deputados estaduais aliados ao setor em todo o país. No Senado, os recursos ajudaram a eleger Ana Amélia (PP-RS), Lúcia Vânia (PSDB-GO) e Demóstenes Torres (DEM-GO), que teve o mandato cassado recentemente. Quatro governadores estaduais também foram eleitos com a ajuda dos planos de saúde. Os mais favorecidos foram Geraldo Alckmin (PSDB-SP), R$ 400 mil, e Sérgio Cabral (PMDB-RJ), R$ 170 mil. Em seguida aparecem Wilson Martins (PSB-PI) e Agnelo Queiroz (PT-DF), favorecidos com R$ 1,5 mil e R$ 1 mil. Os dois principais candidatos à presidência da República também receberam financiamento do setor. A Qualicorp Corretora de Seguros doou R$ 1 milhão para a campanha da presidenta eleita Dilma Rousseff (PT) e a metade deste valor, R$ 500 mil, para a campanha do candidato José Serra (PSDB). O atual presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que regula e fiscaliza os planos, Mauricio Ceschin, foi presidente do Grupo Qualicorp até fevereiro de 2009. Dentre os partidos, a maior fatia de recursos para candidatos (eleitos ou não) foi para o PMDB, com 28,94% dos recursos, seguido de PSDB (18,16%) e PT (14,05%). O estudo chama a atenção, ainda, para casos concretos de interesses de planos de saúde que já foram contemplados dentro das Casas legislativas. E dá um exemplo recente. Em 2010, a Assembleia Legislativa de São Paulo aprovou lei que destina até 25% dos leitos de hospitais públicos administrados por Organizações Sociais de Saúde (OSS) para o atendimento de usuários de planos de saúde. Posteriormente, a medida foi suspensa pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), atendendo a ação civil pública proposta pelo Ministério Público Estadual. O estudo pode ser acessado no endereço: http://www.cebes.org.br/media/File/Planos_de_Saude_Eleicoes.pdf. http://www.brasildefato.com.br/node/10183


DIA 07 DE AGOSTO DE 2008- MANIFESTAÇÃO EM DEFESA DO HOSPITAL EMÍLIO RIBAS
                                                     COMPAREÇA E  DIGA NÃO A PRIVATIZAÇÃO DESSE HOSPITAL PELO GOVERNO PAULISTA ATRAVÉS DE UMA EMPRESA PRIVADA, A FUNDAÇÃO FACULDADE DE MEDICINA

Morte do blogueiro: agiotagem come solta nas prefeituras do Maranhão


Por IV AVATAR do site do Luis Nassif
Esquemas de agiotagem envolvendo prefeitos do MA, e denunciados por Décio Sá, podem estar por trás da morte do blogueiro. Só faltava essa: Prefeituras nas mãos de agiotas. No Brasil não há o menor controle sobre os prefeitos. Quem os fiscaliza? A câmara de vereadores e o tribunal de contas do Estado, tudo sob controle deles mesmo.
Incrível como nos municípios o desmando é descomunal, coisa de louco, é grande a  quantidade de funcionários fantasmas nas prefeituras, no MA a irmã, a prima, a amiga do prefeito tem vários cargos, a dentista mora em Goiânia mas recebe pela prefeitura lá do MA, e não é somente um cargo, são vários e, por incrível que pareça, em várias prefeituras, a corrupção come solta por lá, foi este tipo de denúncia que provocou a morte de Décio Sá, a conferir:

A matéria publicada pelo Blog de Marcos Deça, dia 19, causou muita repercussão, veja:
As prefeituras de Bacabal, Pindaré-Mirim e Dom Pedro são três das 37 que estavam sob controle do agiota Gláucio Alencar, preso semana passada como mandante do assassinato do jornalista Décio Sá.

É Gláucio quem controla as finanças destes municípios, que têm como prefeitos Raimundo Lisboa (PDT), Arlene Costa (PMDB) e Henrique Salgado (PSDB).
O blog obteve informações sobre os talões de cheques apreendidos pela polícia, que estão sob sigilo e devem também ser periciados pela Polícia Federal.

O esquema de Gláucio nas prefeituras funciona assim: aparentemente, ele fornece merenda escolar e medicamentos aos municípios, mas, na verdade, o que faz é operação de agiotagem com dinheiro público.

Em Dom Pedro, o contato é o empresário conhecido por Eduardo DP, filho da prefeita. Num contrato de R$ 6 milhões para suposto fornecimento de merenda, por exemplo, é Gláucio quem adianta R$ 2,5 milhões a DP, que lhe repassa cheques de R$ 600 mil. Na prática, o agiota empresta R$ 2,5 milhões e recebe R$ 6 milhões em dez parcelas, uma operação de usura com lucro de mais de 100%, paga com dinheiro público.

Em Bacabal, o próprio agiota controlava os talonários de cheques, cuja emissão ficaria sob seu comando. Em troca, liberava dinheiro ao prefeito – quaisquer que fossem as necessidades de Lisboa. O mesmo acontece em Pidaré-Mirim.
VEJA NOTA MENTIROSA EM RESPOSTA À MATÉRIA PUBLICADA (RESUMO):
”A Prefeitura Municipal de Pindaré, diante das caluniosas, irresponsáveis e infundadas denúncias veiculadas na Internet, através do Blog de Marco Aurélio D’Eça, sob o título “Três prefeituras sob controle de agiotas…”, vem esclarecer que:

1- A merenda escolar, servida aos alunos da Rede Municipal de Ensino, é de qualidade e uma das melhores merendas servidas nas escolas em todo Estado. Adquirida através de fornecedores locais, que são beneficiados com a compra direta de sua produção, recebendo diretamente o pagamento em suas contas bancárias. Isto pode ser constatado nas escolas municipais, junto aos alunos, profissionais da Educação e também aos fornecedores.

2 – Henrique Salgado está revoltado com o caso. Ingressará com uma ação judicial contra o autor ou responsáveis pela veiculação das infundadas denúncias. Uma vez que em nenhum momento foi contatado por qualquer pessoa para adquirir informações a respeito das mesmas. Tomará as providências necessárias para que os responsáveis sejam punidos na forma da lei, com penas que o caso requer;

SECRETARIA MUNICIPAL DE COMUNICAÇÃO DE PINDARÉ MIRIM
Resposta de Marcos Deça (Blogueiro) sobre a nota do prefeito Henrique Salgado:
Inverídica, caluniosa e irresponsável é esta nota da Prefeitura. A Prefeitura de Pindaré está sim envolvida com o agiota Gláucio Alencar que mandou matar Decio Sá, como o próprio prefeito confirma, por intermédio do seu irmão, Afonso Salgado, que falou ao telefone com o titular do blog. “Não há no texto, referência a cheques da Prefeitura de Pindaré. O que há é a afirmação – que reafirmo – de que a prefeitura está sob controle do agiota Gláucio Alencar”.

Mente o prefeito ou mente sua assessoria: Por meio do seu irmão, Afonso Salgado. O prefeito tentou justificar que as empresas de Gláucio ganharam fornecimento por meio de licitação. Isso não quer dizer que não controle o prefeito. A licitação é exatamente a forma legal que os bandidos encontram de se apossar do dinheiro público.

Não preciso das informações da prefeitura, quando tenho documentos que provam sua relação com o agiota Gláucio Alencar.
O resto da nota são baboseiras repetitivas, sempre usados pelos bandidos que são pegos de calça curta.
Outras verdades sobre os recursos da Merenda Escolar de Pindare Mirim, vejam alguns exemplos:
Em 2008 a prefeito Henrique Salgado contratou a empresa E.D.C. Ferreira Comércio, de propriedade de Elvyson Douglas Costa Ferreira, para fornecer Merenda Escolar para o município. Acontece que esta empresa nunca ganhou uma licitação no município e muito menos vendeu um farelo de merenda. O contrato foi de R$ 766.387,00
No relatório de fiscalização n° 01563 da Controladoria Geral da União (CGU) em que esta empresa participou de uma “suposta” licitação para “venda de merenda escolar”, em Arari (MA), os Auditores Fiscais fizeram o seguinte comentário no relatório de auditoria:

“d) Esta empresa é fisicamente inexistente. A empresa E.D.C. Ferreira Comércio não foi localizada no endereço à Rua 3, Quadra 28, nº 4, Jardim América, São Luís/MA, constante no cadastro da Secretaria da Fazenda do Estado do Maranhão. Destaca-se que a Controladoria, por meio dos números de telefones constantes no rodapé da proposta da empresa, tentou, sem sucesso, contato com o proprietário da firma. Um não completava a ligação, o outro, programado para não receber ligações”. Constatamos assim que houve fraude na licitação e contratação da empresa.
Isso nos leva a concluir que esta empresa nunca vendeu “um farelo de merenda” para o município de Pindaré. Ou melhor, só prestaram contas dos recursos com notas fiscais frias.

Em 2009 o FNDE baixou a resolução n˚ 38, estabelecendo as seguintes regras:
Art. 18. Do total dos recursos financeiros repassados pelo FNDE, no âmbito do Programa da Merenda Escolar, no mínimo 30% (trinta por cento) deverá ser utilizado na aquisição de gêneros alimentícios diretamente da Agricultura Familiar e do Empreendedor Familiar Rural.
Diante disso, em 2010, foi montada uma fraude para furtar o dinheiro da merenda correspondente a estes trinta por cento. O prefeito publicou um extrato de dispensa de licitação para compra de merenda escolar. Foi contratada a empresa “Cooperativa Agropecuária Vale do Pindaré” de propriedade de Marcos de Jesus Costa Lopes, genro de Pedro Sousa Gonçalves, vulgo Pedrinho, eterno presidente da Comissão Permanente de Licitação (CPL) de Pindaré, responsável pelo setor de licitações do município.O valor do contrato foi de R$ 90.000,00. (noventa mil reais) E nada foi comprado.

Foi feita uma pesquisa na Secretaria de Fazenda (SEFAZ) pra averiguar a legitimidade da empresa e infelizmente não foi encontrado nenhum registro. Confirmando-se assim que esta empresa nunca vendeu merenda escolar a nenhuma prefeitura.
Em 2011, o prefeito Henrique Salgado cancelou, sem nenhuma motivação, uma licitação para compra de merenda escolar, na qual venceu a empresa A. da C Muniz Neto. Abriu outra licitação e direcionou à empresa de Gláucio Alencar, que venceu facilmente. Só que tudo não passou de armação para que Henrique pudesse negociar com Gláucio, dinheiro emprestado, com recursos públicos.
O esquema funcionava assim: O prefeito Henrique Salgado contratava as empresas de Gláucio Alencar para fornecer merenda, em troca tomava dinheiro emprestado do agiota, como mostrou a matéria de Marcos Deça. Para garantir o dinheiro emprestado, a juros absurdos, Gláucio ficava com os cheques assinados em branco da prefeitura de Pindaré. A empresa atendia 40% (quarenta por cento) de produtos de merenda e o restante servia pra negociações entre os dois. Os recursos eram repassados integralmente a Gláucio que devolvia 60% (sessenta por cento) ao prefeito depois de descontar os valores da parcela do dinheiro do empréstimo e seus respectivos juros. O mesmo esquema acontecia com os recursos para compras da secretaria de saúde.
VIA: http://boilerdo.blogspot.com.br/2012/07/morte-do-blogueiro-agiotagem-come-solta.html

Nota das Centrais sindicais: Dialogar com as centrais faz bem à Democracia


Conforme editorial publicado no jornal O Estado de São Paulo “A Reforma da CLT”, a Presidenta Dilma Rousseff enviará ao Congresso a proposta de flexibilização da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) nas relações coletivas de trabalho, voltando a tona a discussão da prevalência do negociado sobre o legislado. A verdade é que a proposta de flexibilização encampada pela Presidenta Dilma não teve a participação e nem o consenso de todas as Centrais Sindicais, sendo fruto da iniciativa de um único sindicato. Não se pode admitir que reformas que causarão impactos para todos os trabalhadores do Brasil dos vários setores e ramos de atividade econômica possam ser definidas apenas por uma categoria em uma determinada base territorial, não representando assim, a realidade existente em todas as regiões do país. O diálogo social com todas as centrais sindicais, antes do encaminhamento de qualquer proposta ao Congresso é necessário para que as realidades de cada segmento, cada setor possam ser avaliadas.
 Miguel Torres - presidente da Força Sindical
 Ricardo Patah - presidente da UGT
 Wagner Gomes - presidente da CTB
 José Calixto Ramos- presidente da NCST
  FONTE: http://portalctb.org.br/site/sala-de-imprensa/17470-nota-das-centrais-sindicais-dialogar-com-as-centrais-faz-bem-a-democracia

Vitamina D – Por Uma Outra Terapia / Vitamin D - For An Alternative Therapy(2012)


A Esclerose Múltipla é uma doença cujo tratamento tradicional custa muito caro (no Brasil o SUS o oferece gratuitamente. Em outros países chega a custar R$10 mil reais por mês), extremamente doloroso, com os efeitos colaterais terríveis e que mesmo assim não evita a progressão dela, podendo desencadear cegueira, paralisia e outras degenerações. Observou-se que a grande concentração dessas doenças está nas regiões distantes da linha do Equador, já que a exposição ao Sol é a grande responsável pela síntese natural da vitamina D. Mas há um tratamento barato, sem dor e efeitos colaterais com muito mais sucesso na cura. Esse é o tratamento com vitamina D (ou pré-hormônio), que tornou-se a grande arma contra a Esclerose Múltipla, outras doenças autoimunitárias, diabetes, reumatismo, hipotireoidismo e o câncer. (docverdade) Agradecimentos ao Diretor Daniel Cunha por ceder o documentário.
ASSISTA O DOCUMENTÁRIO EM: http://docverdade.blogspot.com.br/2012/06/vitamina-d-por-uma-outra-terapia.html

quinta-feira, 26 de julho de 2012

'Terceirização e rotatividade precisam ser enfrentadas', diz professor da Unicamp


"O Brasil mudou, mas ainda convive com problemas estruturais que precisamos enfrentar." O economista Anselmo Luis dos Santos, professor doutor da Unicamp, traçou um quadro geral sobre a evolução do mercado de trabalho no Brasil, na última década, em sua apresentação no painel sobre emprego, que ocorreu neste primeiro dia da Conferência Nacional dos Bancários, em Curitiba. Baseado em dados como os da Rais e do IBGE, o economista traçou um quadro geral sobre a evolução do mercado de trabalho no Brasil, na última década, e apontou melhora significativa do emprego. Mas ressaltou que o ano de 2003 - ainda sofrendo as consequências do último mandato de Fernando Henrique Cardoso (1998-2002) - foi um dos piores momentos da economia e do mercado de trabalho. Segundo ele, em 2003 o PIB cresceu pouco mais de 1%, mas houve melhora expressiva em seguida, com índices de crescimento de 3,5% a 4% do PIB durante o primeiro mandato de Lula (2003-2006). "E o país passa a crescer, desfazendo mitos dos economistas neoliberais e da mídia, de que o crescimento não geraria mais emprego. E nós da Unicamp, que sempre fizemos questão de ter uma posição crítica, acreditávamos que a ausência de crescimento da era FHC era um dos principais determinantes da fragilidade do mercado de trabalho." Ele destacou que, nesse período de oito anos, que corresponde aos dois mandatos de Lula, houve crescimento de empregos formais e uma redução do trabalho precário. Além disso, o desemprego caiu de forma expressiva. Demografia Outro aspecto destacado pelo economista é a mudança demográfica por que passa o país. De acordo com ele, o Brasil chegou a uma taxa de natalidade mais próxima dos padrões dos países desenvolvidos; a oferta de trabalho no meio urbano tem diminuído rapidamente; a população está cada vez mais velha; e o número de jovens entre 18 e 24 anos no mercado de trabalho - que no país ainda é a maior da América Latina - vem caindo consideravelmente. "Houve redução no número de crianças, adolescentes e jovens no mercado de trabalho porque boa parte está nas escolas, nas instituições de ensino técnico, nas universidades, com o Pró-Uni. Isso é bom pro Brasil do ponto de vista da educação, da estrutura social e do mercado de trabalho, porque diminui a concorrência." E acrescentou: ao mesmo tempo, o emprego cresce na faixa etária de 25 a 49 anos. E entre a população com 50 anos ou mais, que aumenta na medida em que o país envelhece, a taxa de desemprego está em apenas cerca de 2%. Anselmo apontou ainda que, nesse contexto, a pressão por emprego diminuiu. "O número absoluto de pessoas que entram no mercado de trabalho é bem menor do que antes, portanto, a pressão por emprego é menor e o desenvolvimento econômico foi maior." Essa equação, segundo ele, é fundamental para entender porque o Brasil, apesar de ter apresentado nos dois últimos anos um aumento menor do PIB do que países como a Argentina e a China, teve, por outro lado, uma das melhores taxas de emprego e um dos menores índices de desemprego. "Hoje o momento é outro. Em 2011 o PIB cresceu apenas 2,7% e este ano deve ficar em 2%. Enfrentamos uma situação diferente daquela que levou à melhoria do mercado de trabalho nos governos Lula", ressaltou, acrescentando que é necessário que o país volte a crescer a índices de 4% para valorizar ainda mais o salário mínimo - um dos menores da América Latina. "O salário mínimo no Brasil, apesar da política de valorização, ainda é muito baixo. Na Argentina, o mínimo tem poder aquisitivo três vezes maior do que o nosso." Apesar do quadro positivo, o economista lembrou que o Brasil convive com problemas estruturais herdados das décadas anteriores. Além do mínimo ainda baixo, Anselmo destacou a precariedade do mercado de trabalho. "Somos 15 milhões de trabalhadores sem carteira, o que é uma vergonha. E não conseguimos superar os problemas da rotatividade e da terceirização, que atingem principalmente setores como o bancário", concluiu. Rede de Comunicação dos Bancários Andréa Ponte Souza
FONTE: http://www.bancariosdf.com.br/site/index.php?option=com_content&view=article&id=9753:terceirizacao-e-rotatividade-precisam-ser-enfrentadas-diz-professor-da-unicamp&catid=146:campanha-nacional-2012&Itemid=165

domingo, 22 de julho de 2012

Operação Assepsia: O mimetismo de Rosalba Ciarlini (DEM)


quinta-feira, 5 de julho de 2012
 De ontem para hoje, a governadora Rosalba Ciarlini (DEM) realizou um verdadeiro périplo. O motivo do périplo foi o decreto de emergência sobre a saúde pública do estado. Mas não é nada disso. No entanto, continuo achando que decreto de emergência é mecanismo para que se desvie dinheiro mais rápido. Foi isso que pensei ao ouvir a entrevista de Rosalba ao Jornal 96 pela manhã - a única que ouvi. Essa emergência na saúde do estado tem tantos pontos em comum com a emergência do município do ano passado. A emergência em Natal para contratar o ITCI foi feita "no limite" para que a verba federal não fosse perdida e foi denunciada na Operação Assepsia. Rosalba Ciarlini confirmou ao Jornal 96, que a emergência possibilita a liberação rápida (e emergencial) de verba federal que não poderia ser usada após dia 7 devido ao processo das eleições municipais desse ano. Esse dinheiro não estava disponível de hoje. Mas se criou o decreto de emergência no limite do prazo para uso do dinheiro. Natal fez isso e isso redundou na Operação Assepsia. Rosalba acabou de confirmar que segue o mesmo caminho de Micarla. Na entrevista a Diogenes Dantas, Rosalba falou algumas coisas que chamaram atenção. A governadora disse que faltam pediatras na rede pública do estado. De imediato pensei em propor-lhe que deixe o governo - para o que tem demonstrado não ter a mínima vocação - e assuma a função de pediatra em um dos hospitais do estado. Outra coisa que se destaca, na fala da governadora, é o fato de que, mesmo defendendo o contrato com a Associação Marca pelo Hospital da Mulher, ela se tornou mais uma pessoa envolvida na questão de relacionamento com OS que admite que a Marca é uma empresa e não uma organização sem fins lucrativos: Rosalba disse que foi necessária a "contratação de uma 'empresa' para gerir o hospital". E sobre esse contrato, disse a governadora que "o que foi feito, foi feito", mas o defende a partir da qualidade do atendimento e satisfação dos usuários - exatamente o mesmo discurso que usava Micarla de Sousa para defender a contratação de OSs para as UPAs e as AMEa. Até no discurso elas se copiam. Anotem este dia: 5 de julho de 2012 marca a conclusão do processo de micarlização de Rosalba Ciarlini.
 FONTE: http://www.blogdodanieldantas.com.br/2012/07/operacao-assepsia-o-mimetismo-de.html

Condenação de militares reacende escândalo dos falsos positivos


“Eu sei que a minha luta acaba de começar. Não brigo apenas pelo caso do meu filho, Fair Leonardo Porras, nem somente pelos jovens de Soacha que foram assassinados. Eu luto por todas aquelas famílias que passaram pelo mesmo que eu em toda a Colômbia”. Essas foram as palavras de Luz Marina Bernal ao comentar a condenação dos seis militares colombianos responsáveis pela morte de seu filho. A sentença foi mais um capítulo do caso de maior repercussão do escândalo dos "Falsos Positivos", nome dado a uma série de assassinatos cometidos por militares na Colômbia. Segundo a estimativa das associações de vítimas, o total pode chegar a 3,5 mil pessoas. A causa para as matenças é assustadora. Durante os anos da Presidência de Álvaro Uribe, o exército sofria pressão para apresentar resultados positivos na guerra contra as guerrilhas. Neste caso específico, os resultados positivos podem ser entendidos como inimigos mortos em combate. A forma encontrada para lidar com essa pressão foi a criação de uma série de estruturas criminais que recrutavam jovens marginalizados, oferecendo-lhes trabalho em outras regiões do país. Uma vez convencidos a viajar, os jovens eram entregues ao exército, que simulava um combate, assassinava-os e apresentava seus corpos como inimigos abatidos em combate. Para Luz Marina, seu filho podia ser considerado uma criança em um corpo de adulto. “Ele era um jovem de 26 anos e de educação especial. Por causa de uma doença ele tinha a mente de um menino de oito anos e não sabia tomar suas próprias decisões”, explica. Segundo ela, esse é o motivo pelo qual ele foi enganado tão facilmente. O rapaz foi levado sem resistência até a cidade de Ocaña, onde foi assassinado pelo exército. A sentença, declarada em 11 de junho, é importante para todos os processos de Falsos Positivos que ainda não foram julgados no país. Os seis militares foram considerados culpados pela desaparição forçada e pelo homicídio do filho de Luz Marina, enquanto os oficiais receberam penas superiores a 50 anos e os subalternos a 30 anos. Luz Marina afirma que seu papel como mão é garantir que “esses assassinos paguem pelo resto de suas vidas pelo dano que causaram" a uma família. "Eles mataram nossos filhos e nos deixaram mortas, ainda em vida, e o que vamos fazer enquanto vivermos será apoiar outras mães que sofreram o mesmo”. O desaparecimento de Fair Leonardo e o desfecho trágico do jovem motivaram sua irmã a escrever um poema de protesto, que foi transformado em uma canção de hip hop popular em Soacha. As Mães de Soacha A colombiana é fundadora de uma organização conhecida como As Mães de Soacha, nome da cidade ao sul de Bogotá da qual provem o grupo mais famoso de jovens desaparecidos. Logo após o sumiço do grupo, eles foram encontrados em covas comunn, enterrados sem identificação. Foi graças às denúncias deste grupo de mães, que são constantemente ameaçadas, que o país conheceu este crime hediondo. Elas contaram ao Opera Mundi que seguirão “lutando para poder alcançar os altos mandos militares e as cabeças que deram estas ordens de assassinar tanta gente inocente neste país”. Os militares condenados no caso de Fair Leonardo foram absolvidos da acusação de conspiração, equivalente ao crime de formação de quadrilha. Ou seja, as condenações foram dadas por crimes isolados e não foi reconhecida uma atividade coordenada criminosa que organizava todo este fenômeno dos Falsos Positivos, registrados em todo o país. Apenas no caso de Soacha são mais de 50 os militares investigados e o caso de Fair Leonardo é o primeiro que leva a uma condenação. Em toda a Colômbia, há mais de 1,5 mil militares respondendo a processos por casos de Falso Positivo, mas até o momento não ocorreram investigações contra as altas patentes militares. Confissões militares Vários militares já confessaram participações nestes crimes, como demonstra o depoimento dado pelo major reformado do exército Juan Carlos Rodríguez no começo de junho. O relato do militar, conhecido pelo apelido de "Zeus", explica como os Falsos Positivos eram uma prática comum e que respondiam a uma cadeia de comando, consciente do que ocorria. Segundo Rodríguez, “a prática mais comum era quando alguém reportava pelo rádio: ‘meu general, tenho duas baixas e três capturados’. E a resposta era: ‘agora mesmo vou enviar o helicóptero com os funcionários do CTI (Corpo Técnico de Investigação) para que façam o levantamento das cinco baixas’. Era claro que havia uma ordem que os três capturados deveriam ser assassinados”. O militar reformado também culpa diretamente o então chefe do exército colombiano. "O general Mario Montoya era um dos que promulgavam isso. E ele sabe que eu conheço muitos pecados dele, mas eu preciso assegurar a minha segurança. Assim como ele, existem muitos. Primeiro, nos pediram garrafas de sangue e terminamos por encher caminhões tanque. Se você era um militar que não tinha mortos, estava fora do esquema. Os capturados não tinham valor". Fonte: Opera Mundi
VIA: http://cebrapaz.org.br/site/todas-as-noticias/848-condenacao-de-militares-reacende-escandalo-dos-falsos-positivos.html

Câncer: pesquisa inédita pode facilitar tratamento


Pesquisadores do Hospital A.C.Camargo iniciaram uma pesquisa, com apoio da FAPESP, para detecção de células tumorais (CTCs) em pacientes com câncer. Por meio da contagem de CTCs – que exercem um importante papel na disseminação do câncer – no sangue de pacientes atendidos na instituição hospitalar, os pesquisadores pretendem desenvolver um marcador sanguíneo que indique, antes de iniciar o tratamento, a resposta positiva às terapias, de modo a evitar medidas terapêuticas e exames desnecessários. Segundo o A.C.Camargo, a meta é realizar ao longo dos próximos dois anos a contagem das CTCs de 230 pacientes atendidos no Ambulatório de Oncologia Clínica do hospital, sendo 100 com diagnóstico de câncer colorretal, 100 com câncer de pulmão e outros 30 com câncer de pâncreas. Participarão do estudo pacientes com idade a partir de 18 anos com doença localmente avançada ou doença metastática confirmada por análise patológica e/ou radiológica e também pacientes que iniciarão quimioterapia de primeira linha para doença metastática e com extensão da doença determinada por exame físico e por imagem. Não serão incluídos na pesquisa pacientes com histórico prévio de outro câncer nos últimos dois anos. Em caráter prospectivo, o estudo será realizado por meio de coleta de sangue (plasma) de pacientes com tumores sólidos metastáticos ou localmente avançados, tendo como controle negativo o sangue de indivíduos sadios e como controle positivo amostras de sangue com células tumorais de cólon mantidas em cultura. O sangue dos pacientes será coletado em três tempos, sendo o primeiro antes do início do tratamento sistêmico (quimioterapia, terapêutica hormonal, terapias-alvo, dentre outras), a segunda etapa três a quatro semanas após o início do tratamento e a terceira se repetindo a cada 9 ou 12 semanas, dependendo do tratamento. Inédita no Brasil, a análise dos níveis de células tumorais circulantes teve seus primeiros relatos feitos ao longo dos últimos anos por pesquisadores norte-americanos e europeus. Acredita-se que a disseminação do câncer necessita da presença de CTCs. “Quanto mais células tumorais circulantes no sangue, pior é o prognóstico”, disse Marcello Fanelli, diretor de Oncologia do Hospital A. C. Camargo e um dos pesquisadores participantes do estudo. A pesquisa será coordenada por Fernando Augusto Soares, patologista, diretor de Anatomia Patológica do A.C.Camargo e coordenador do Centro Antonio Prudente para Pesquisa e Tratamento do Câncer, um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) da FAPESP, e contará com a participação, além de Fanelli, da pesquisadora Ludmilla Domingos Chinen. Mais informações: www.accamargo.org.br. Fonte: Agência Fapesp
VIA: http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=188283&id_secao=

Exclusivo no Maranhão: Alcântara e a sabotagem americana


Wikileaks: Revela gravíssima sabotagem dos EUA contra Brasil com aval de FHC e morte de um Brasileiro Telegramas revelam intenções de veto e ações dos EUA contra o desenvolvimento tecnológico brasileiro com interesses de diversos agentes que ocupam ou ocuparam o poder em ambos os países Os telegramas da diplomacia dos EUA revelados pelo Wikileaks revelaram que a Casa Branca toma ações concretas para impedir, dificultar e sabotar o desenvolvimento tecnológico brasileiro em duas áreas estratégicas: energia nuclear e tecnologia espacial. Em ambos os casos, observa-se o papel anti-nacional da grande mídia brasileira, bem como escancara-se, também sem surpresa, a função desempenhada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, colhido em uma exuberante sintonia com os interesses estratégicos do Departamento de Estado dos EUA, ao tempo em que exibe problemática posição em relação à independência tecnológica brasileira. Segue o artigo do jornalista Beto Almeida. O primeiro dos telegramas divulgados, datado de 2009, conta que o governo dos EUA pressionou autoridades ucranianas para emperrar o desenvolvimento do projeto conjunto Brasil-Ucrânia de implantação da plataforma de lançamento dos foguetes Cyclone-4 – de fabricação ucraniana – no Centro de Lançamentos de Alcântara , no Maranhão. Veto imperial O telegrama do diplomata americano no Brasil, Clifford Sobel, enviado aos EUA em fevereiro daquele ano, relata que os representantes ucranianos, através de sua embaixada no Brasil, fizeram gestões para que o governo americano revisse a posição de boicote ao uso de Alcântara para o lançamento de qualquer satélite fabricado nos EUA. A resposta americana foi clara. A missão em Brasília deveria comunicar ao embaixador ucraniano, Volodymyr Lakomov, que os EUA “não quer” nenhuma transferência de tecnologia espacial para o Brasil. “Queremos lembrar às autoridades ucranianas que os EUA não se opõem ao estabelecimento de uma plataforma de lançamentos em Alcântara, contanto que tal atividade não resulte na transferência de tecnologias de foguetes ao Brasil”, diz um trecho do telegrama. Em outra parte do documento, o representante americano é ainda mais explícito com Lokomov: “Embora os EUA estejam preparados para apoiar o projeto conjunto ucraniano-brasileiro, uma vez que o TSA (acordo de salvaguardas Brasil-EUA) entre em vigor, não apoiamos o programa nativo dos veículos de lançamento espacial do Brasil”. Guinada na política externa O Acordo de Salvaguardas Brasil-EUA (TSA) foi firmado em 2000 por Fernando Henrique Cardoso, mas foi rejeitado pelo Senado Brasileiro após a chegada de Lula ao Planalto e a guinada registrada na política externa brasileira, a mesma que muito contribuiu para enterrar a ALCA. Na sua rejeição o parlamento brasileiro considerou que seus termos constituíam uma “afronta à Soberania Nacional”. Pelo documento, o Brasil cederia áreas de Alcântara para uso exclusivo dos EUA sem permitir nenhum acesso de brasileiros. Além da ocupação da área e da proibição de qualquer engenheiro ou técnico brasileiro nas áreas de lançamento, o tratado previa inspeções americanas à base sem aviso prévio. Os telegramas diplomáticos divulgados pelo Wikileaks falam do veto norte-americano ao desenvolvimento de tecnologia brasileira para foguetes, bem como indicam a cândida esperança mantida ainda pela Casa Branca, de que o TSA seja, finalmente, implementado como pretendia o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Mas, não apenas a Casa Branca e o antigo mandatário esforçaram-se pela grave limitação do Programa Espacial Brasileiro, pois neste esforço algumas ONGs, normalmente financiadas por programas internacionais dirigidos por mentalidade colonizadora, atuaram para travar o indispensável salto tecnológico brasileiro para entrar no seleto e fechadíssimo clube dos países com capacidade para a exploração econômica do espaço sideral e para o lançamento de satélites. Junte-se a eles, a mídia nacional que não destacou a gravíssima confissão de sabotagem norte-americana contra o Brasil, provavelmente porque tal atitude contraria sua linha editorial historicamente refratária aos esforços nacionais para a conquista de independência tecnológica, em qualquer área que seja. Especialmente naquelas em que mais desagradam as metrópoles. Bomba! Bomba! O outro telegrama da diplomacia norte-americana divulgado pelo Wikileaks e que também revela intenções de veto e ações contra o desenvolvimento tecnológico brasileiro veio a tona de forma torta pela Revista Veja, e fala da preocupação gringa sobre o trabalho de um físico brasileiro, o cearense Dalton Girão Barroso, do Instituto Militar de Engenharia, do Exército. Giráo publicou um livro com simulações por ele mesmo desenvolvidas, que teriam decifrado os mecanismos da mais potente bomba nuclear dos EUA, a W87, cuja tecnologia é guardada a 7 chaves. A primeira suspeita revelada nos telegramas diplomáticos era de espionagem. E também, face à precisão dos cálculos de Girão, de que haveria no Brasil um programa nuclear secreto, contrariando, segundo a ótica dos EUA, endossada pela revista, o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, firmado pelo Brasil em 1998, Tal como o Acordo de Salvaguardas Brasil-EUA, sobre o uso da Base de Alcântara, o TNP foi firmado por Fernando Henrique. Baseado apenas em uma imperial desconfiança de que as fórmulas usadas pelo cientista brasileiro poderiam ser utilizadas por terroristas , os EUA, pressionaram a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) que exigiu explicações do governo Brasil , chegando mesmo a propor o recolhimento-censura do livro “A física dos explosivos nucleares”. Exigência considerada pelas autoridades militares brasileiras como “intromissão indevida da AIEA em atividades acadêmicas de uma instituição subordinada ao Exército Brasileiro”. Como é conhecido, o Ministro da Defesa, Nelson Jobim, vocalizando posição do setor militar contrária a ingerências indevidas, opõe-se a assinatura do protocolo adicional do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, que daria à AIEA, controlada pelas potências nucleares, o direito de acesso irrestrito às instalações nucleares brasileiras. Acesso que não permitem às suas próprias instalações, mesmo sendo claro o descumprimento, há anos, de uma meta central do TNP, que não determina apenas a não proliferação, mas também o desarmamento nuclear dos países que estão armados, o que não está ocorrendo. Desarmamento unilateral A revista publica providencial declaração do físico José Goldemberg, obviamente, em sustentação à sua linha editorial de desarmamento unilateral e de renúncia ao desenvolvimento tecnológico nuclear soberano, tal como vem sendo alcançado por outros países, entre eles Israel, jamais alvo de sanções por parte da AIEA ou da ONU, como se faz contra o Irã. Segundo Goldemberg, que já foi secretário de ciência e tecnologia, é quase impossível que o Brasil não tenha em andamento algum projeto que poderia ser facilmente direcionado para a produção de uma bomba atômica. Tudo o que os EUA querem ouvir para reforçar a linha de vetos e constrangimentos tecnológicos ao Brasil, como mostram os telegramas divulgados pelo Wikileaks. Por outro lado, tudo o que os EUA querem esconder do mundo é a proposta que Mahmud Ajmadinejad , presidente do Irà, apresentou à Assembléia Geral da ONU, para que fosse levada a debate e implementação: “Energia nuclear para todos, armas nucleares para ninguém”. Até agora, rigorosamente sonegada à opinião pública mundial. Intervencionismo crescente O semanário também publica franca e reveladora declaração do ex-presidente Cardoso : “Não havendo inimigos externos nuclearizados, nem o Brasil pretendendo assumir uma política regional belicosa, para que a bomba?” Com o tesouro energético que possui no fundo do mar, ou na biodiversidade, com os minerais estratégicos abundantes que possui no subsolo e diante do crescimento dos orçamentos bélicos das grandes potências, seguido do intervencionismo imperial em várias partes do mundo, desconhecendo leis ou fronteiras, a declaração do ex-presidente é, digamos, de um candura formidável. São conhecidas as sintonias entre a política externa da década anterior e a linha editorial da grande mídia em sustentação às diretrizes emanadas pela Casa Branca. Por isso esses pólos midiáticos do unilateralismo em processo de desencanto e crise se encontram tão embaraçados diante da nova política externa brasileira que adquire, a cada dia, forte dose de justeza e razoabilidade quanto mais telegramas da diplomacia imperial como os acima mencionados são divulgados pelo Wikileaks. NOTA Abaixo segue uma nota comentada pelo amigo Vladimir G. que também é muito interessante tratando se de possíveis sabotagens EUAxBrasil: Em setembro de 2006, esse acidente se tornou a maior tragédia da história da aviação no Brasil, com 154 mortos. Aparentemente, uma colisão entre a ponta da asa de um jatinho Embraer com a fuselagem do 737 da Gol causou a queda do avião maior. Além de todas as notícias especulando as causas do acidente, a procura por corpos e destroços na floresta, os erros dos pilotos, as falhas dos radares... circulou na época um e-mail muito curioso, pra dizer o mínimo... O autor do texto falava sobre uma equipe de cientistas brasileiros a bordo do avião. Segundo o texto, esses cientistas realizavam pesquisas sobre o uso de microorganismos em baterias elétricas, uma tecnologia revolucionária que permitiria a produção de baterias mais eficientes que as modernas baterias de lítio usadas em notebooks e celulares. Essa bateria de vírus seria mais potente, produzindo mais energia, em uma bateria menor e mais leve que as de lítio. Existem outras pesquisas sobre esse tipo de bateria, especialmente nos Estados Unidos, onde há um grande projeto sobre essas baterias. Porém, segundo o texto, o projeto brasileiro era ainda mais avançado e superava o americano. Infelizmente, a equipe de cientistas que trabalhava nesse projeto morreu no acidente. Por Marco Antonio L. Do Opensante.
 VIA: http://erisantoscastro.blogspot.com.br/2012/07/exclusivo-no-maranhao-alcantara-e.html

domingo, 15 de julho de 2012

MOÇÃO DE REPÚDIO CONTRA A DEMOLIÇÃO DO IASERJ


Os médicos reunidos em assembleia convocada pelo CREMERJ, SINMED e outras entidades representativas da categoria, no último dia 19/06/2012 no Colégio Brasileiro de Cirurgiões, após tomarem ciência dos fatos recentes envolvendo o Instituto de Assistência dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro (IASERJ), vêm a público manifestar seu repúdio aos médicos Sérgio Côrtes (Secretário Estadual de Saúde), Luiz Antonio Santini (Diretor do INCA), Jorge Ronaldo Moll (ex Presidente interino do IASERJ), Alexandre Padilha e José Gomes Temporão (atual e ex Ministros da Saúde), autoridades estas envolvidas na idealização e execução do processo de cessão dos prédios do Hospital Central do IASERJ para sua demolição e construção de um Centro de Pesquisas do INCA. Tal repúdio se deve por entenderem os médicos do Rio de Janeiro que este ato é irresponsável com a saúde pública, pois não faltam áreas disponíveis da União para a construção do Centro de Pesquisas do INCA e é insano querer destruir um Hospital, ignorando-se o fato científico elementar de que o melhor tratamento para o câncer é sua prevenção, e o fechamento de hospitais e ambulatórios só faz retardar o diagnóstico e tratamento precoces. O Hospital Central do IASERJ, com cerca de 34.000 metros quadrados de área construída, está em funcionamento, produzindo mensalmente, em média, 8.000 consultas médicas / procedimentos ambulatoriais, 1.000 atendimentos odontológicos, 1.300 atendimentos de fisioterapia, 1.500 exames de imagem (RX, Ultrassonografia e Tomografia Computadorizada), 30.000 exames laboratoriais, 1.500 atendimentos no SPA / Emergência, 70 internações (SPA, CTI adultos e Clínica Médica) e ainda aloja enfermarias, ambulatório e emergência do Instituto Estadual de Infectologia São Sebastião (IEISS), igualmente em fase de extinção. O Hospital Central do IASERJ, que está com seu Pavilhão Cirúrgico desativado desde 2007, tem um potencial para aproximadamente 400 leitos que poderiam ser distribuídos entre leitos clínicos de retaguarda para as emergências públicas, leitos para CTI, leitos para cirurgias de média complexidade e ainda leitos de infectologia, possibilitando a coexistência do IASERJ e do IEISS no mesmo espaço, mantendo assim os atendimentos de qualidade e a formação de profissionais que sempre marcaram a história destes dois Institutos. Cabe ressaltar que o IASERJ é referência médica natural para o atendimento a cerca de 1.800.000 pessoas (entre servidores públicos estaduais e seus dependes), além de aproximadamente 100.000 pacientes do SUS cadastrados no Hospital Central e que fazem uso dos seus serviços. CREMERJ, SINMED, médicos do Rio de Janeiro.
VIA: http://marileaormond.blogspot.com.br/2012/07/mocao-de-repudio-contra-demolicao-do.html

Asseio e limpeza: UDN proíbe pobres de comer em São Paulo


O Mais Preparado dos Brasileiros, o futuro pres. Zezinho, esteve hoje em importante evento na Prefeitura de São Paulo. O Presidente de Nascença compareceu à solenidade de anúncio do novo programa social lançado pelo seu pitta de estimação: o Programa Sopão Zero.
DIVISÃO: O líder udenocanino, sr. Cachorro-Lagosta, acusa o pitta de estimação do pres. Zezinho de querer pegar para ele todos os potinhos de ração e panelas de sopão
 O sr. Slobodan Matarazzo confidenciou a seus amigos: não sei o que é pobre, nem sei o que é sopão, e não gosto de nenhum dos dois. O Programa Sopão Zero foi concebido por uma junta de sábios udenistas nomeada pelo pitta de estimação do pres. Zezinho, composta pelos srs. Slobodan Matarazzo, Flaviano Pesaroso e Justo Veríssimo. Preocupados em manter a limpeza étnica das sempre impecáveis ruas paulistanas, e também o asseio das barbas e farrapos dos moradores de rua, os caridosos udenistas propuseram um programa simples, como devem ser as soluções brilhantes. Trata-se de proibir que seja servido sopão ou qualquer outro alimento aos moradores de rua, mendigos, indigentes, necessitados e famintos em geral. Com isso, a gente bonita paulistana será poupada de assistir ao deprimente espetáculo oferecido pela escumalha tomando sopão pela madrugada, fazendo barulho, batendo a colher no prato e lambuzando as barbas e os andrajos. O bom gosto agradece, segundo informa a jornalista de programa Eliana Tucanhede. Inovação é isso O revolucionário programa empolgou o Grande Líder da Paulicéia, que também foi seu inspirador. Sensibilizado, o pres. Zezinho anunciou que o Programa Sopão Zero será uma das bandeiras da sua campanha-treino à prefeitura da Locomotiva da Nação. O Almirante do Tietê afirmou “O Programa Sopão Zero é a cara da UDN. Tirando o apoio ao golpe no Paraguai, nada reflete mais nosso DNA” e prometeu que não só vai adotá-lo, como será ampliado. Segundo notícias jorradas dos caudalosos esgotos da Caverna do Ostracismo, fundos, a comissão de udenistas de caridade já prepara estudos para uma lei municipal proibindo os pobres de alimentarem-se nos limites do município. Comentário da tia Carmela QUADRILHA: Os eleitores infantis paulistas fizeram uma bela festa junina para comemorar que os pobres agora sabem o seu lugar. O Zezinho e a cambada de moleques que andava com ele, nos tempos da Mooca, nunca gostaram de pobre. Lembro que na nossa rua tinha um casal de portugueses muito religioso, muito caridoso, que todo mês, no dia 13, pagavam uma promessa a Nossa Senhora de Fátima. Eles iam até a favela da Vila Prudente distribuir sopa para os moradores mais pobres. Uma vez o Zezinho e os amigos dele aproveitaram que o dia 13 caiu num domingo e se ofereceram para ajudar a distribuir a sopa. O casal aceitou a ajuda. Só que, na hora de entregar, os moleques pegaram o Reinaldinho Cabeção e atiraram no tacho de sopa. O moleque estava todo sujo e fedorento porque no caminho eles tinham empurrado o moleque em um vala de esgoto a céu aberto perto da favela. Ao ver aquela imundície na sopa, ninguém mais quis. Aí o Zezinho virou para o casal caridoso e disse: “Estão vendo? Não adianta ajudar essa gente. Só porque jogamos um moleque cheio de bosta dentro do tacho, não querem mais a sopa!”
MODIFICADO DE: http://tiacarmela.wordpress.com/2012/06/28/asseio-e-limpeza-udn-proibe-pobres-de-comer-em-sao-paulo/

A saúde ameaçada pelos agrotóxicos


studos recentes alertam para os riscos do consumo de alimentos contaminados Patrícia Benvenuti da Redação Fazer um prato colorido, cheio de frutas, legumes e verduras, já não é mais sinônimo de alimentação saudável. Em função do uso intensivo e crescente de agrotóxicos, o consumo de certos produtos pode representar, em vez de benefícios, a gênese de doenças em longo prazo. Duas recentes publicações, lançadas no final de abril, apontam os riscos dos agrotóxicos. A Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (Abrasco) divulgou, durante o Congresso Mundial de Alimentação e Nutrição em Saúde Pública (WNRio 2012), a primeira parte do dossiê Um alerta sobre os impactos dos Agrotóxicos na Saúde. No documento, são listados mais de cem agrotóxicos que podem causar uma série de enfermidades como câncer, má formação congênita, alergias respiratórias, diabetes, distúrbios de tireoide, depressão, aborto e até Mal de Parkinson. Segundo dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), um terço dos alimentos consumidos cotidianamente pelos brasileiros está contaminado por agrotóxicos. O pimentão lidera a lista – quase 92% das amostras analisadas apresentaram contaminação. Em seguida, aparecem o morango (63,4%), pepino (57,4%), alface (54,2%) e cenoura (49,6%). “Não precisa de mais evidências científicas para se tomar decisões políticas para proteger a saúde da população e do ambiente”, diz o chefe do Departamento de Saúde Coletiva da UnB e do Grupo de Trabalho de Saúde e Ambiente da Abrasco, Fernando Ferreira Carneiro. Em 2008, o Brasil ultrapassou os Estados Unidos e assumiu o posto de maior mercado mundial de agrotóxicos, utilizando 19% desses produtos produzidos no mundo. O relatório da Abrasco também destaca o papel dos transgênicos no aumento do consumo de agrotóxicos. Só o glifosato, utilizado na cultura da soja transgênica, representa 40% do mercado nacional. “A Monsanto alegava que uso dos transgênicos iria resultar na diminuição do uso de agrotóxicos, e o que a gente está vendo é o contrário.”, pontua Carneiro. Precaução Já a associação entre câncer e agrotóxicos foi um dos alertas trazidos pelo relatório Diretrizes para a Vigilância do Câncer Relacionado ao Trabalho, lançado pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca). Segundo a publicação, dentre os principais grupos de agentes cancerígenos relacionados ao trabalho aparecem os agrotóxicos. Dentre as enfermidades observadas em pessoas expostas a essas substâncias estão os linfomas, leucemias e cânceres de intestino, ovários, pâncreas, rins, estômago e testículos. De acordo com a coordenadora da Área de Câncer Ocupacional do Inca, Ubirani Otero, ainda faltam estudos e testes para confirmar que tais doenças podem ser causadas pelo uso dos agrotóxicos. Entretanto, para ela, as evidências já são suficientes para que medidas mais fortes sejam tomadas. “A gente deve adotar no Brasil, como em outras partes do mundo, o princípio da precaução. Se existe uma forte suspeita de que algum agente pode causar câncer, a gente deve evitar essa exposição”, diz. A Anvisa informa que, em 2011, foram registrados mais de oito mil casos de intoxicação por agrotóxicos no Brasil. Revisão Desde 2008, 14 tipos de agrotóxicos estão em processo de revisão pela Anvisa. Cinco já foram reprovados e não poderão mais ser utilizados. Entretanto, só o Acetato, Cihexatina e Tricloform estão proibidos. Os inseticidas Metamidofós e Endossulfam serão banidos apenas em junho de 2012 e julho de 2013, respectivamente. O médico e pesquisador do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) Wanderlei Pignati reclama da demora em banir essas substâncias. Ele cita o caso do Endossulfam, associado a problemas reprodutivos e hormonais. “O Endossulfam vai ser proibido no Brasil em julho 2013 para desovar o estoque que tem aí. É um absurdo. O Endossulfam tem seus efeitos descritos no Diário Oficial, porque não proíbe de imediato?”, questiona. A pressão das empresas que comercializam agrotóxicos e dos setores ruralistas é um dos principais entraves no trabalho da Anvisa, como explica o gerente- geral de Toxicologia do órgão, Luis Claudio Meirelles. “A reavaliação já enfrentou vários debates e inúmeras ações na Justiça. Inclusive quando a gente decide pelo banimento do produto tentam derrubar nossa decisão”, argumenta. O gerente da Anvisa admite ainda que falta estrutura para fazer um trabalho mais consistente. Em termos de comparação, ele lembra que a Anvisa possui apenas 5% do total de agentes do órgão estadunidense de vigilância sanitária. Com isso, a fiscalização no campo acaba sendo prejudicada. “Poucos estados têm um efetivo que possa atuar, em nível estadual, para fiscalizar se os produtos estão sendo usados conforme autorizados para proteger a população, os trabalhadores e o entorno”, explica. Desrespeito à lei Além do prolongamento do uso de substâncias banidas e da falta de fiscalização, outro problema é o desrespeito à legislação que dita as regras para a utilização dos agrotóxicos. Um exemplo é a Instrução Normativa do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), de 2008, que proíbe a pulverização aérea a 500 metros de córregos, nascentes de água, criação coletiva de animais e residências. As proibições, porém, ficam só no papel, e a principal consequência é a contaminação do ar. “Quem mora ao lado de uma grande plantação ou de uma horta que usa muito agrotóxico está respirando aquele tipo de agrotóxico”, pontua Wanderlei Pignati. Foi o que ocorreu em Lucas do Rio Verde, no Mato Grosso. Em 2006, um avião monomotor despejou, de forma irregular, um herbicida dessecante para apressar a colheita da soja. A substancia foi lançada sobre áreas residenciais da cidade, e o resultado foi a destruição de canteiros de plantas medicinais, hortaliças e um surto de intoxicações. Até hoje, ninguém foi responsabilizado pela ação. O município mato-grossense é um dos maiores produtores de grãos do Estado. Em 2010, foram produzidos cerca de 420 mil hectares entre soja, milho e algodão, com a utilização de 5,1 milhões de litros de agrotóxicos nessas lavouras. E os agrotóxicos continuam gerando impactos contra a população e o meio ambiente em Lucas do Rio Verde. Uma pesquisa realizada pela Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) revelou que o leite materno de mulheres da cidade está contaminado. Segundo o estudo, foi encontrado pelo menos um tipo de agrotóxico em todas as amostras coletadas. Em algumas amostras havia até seis produtos diferentes. “Isso mostra que a contaminação está disseminada. E ainda são poucos estudos. Se esses poucos estudos estão indicando isso, pode ser o que a gente chama de a ponta de um iceberg”, adverte Carneiro. O mito do uso seguro Os especialistas alertam para os diversos males causados pelos agrotóxicos, mas chamam atenção, sobretudo, para as intoxicações a longo prazo. Os efeitos dos agrotóxicos, explica a médica sanitarista e pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz Lia Giraldo, dividem-se basicamente em intoxicações agudas e crônicas. As primeiras ocorrem quando a pessoa, ao ser diretamente exposta a produtos químicos, apresenta sintomas mais imediatos como tontura, náusea, dor de barriga e diarreia. Já a intoxicação crônica se dá quando a pessoa é exposta a doses pequenas, porém cotidianas, tanto no manuseio como no consumo de alimentos contaminados. De acordo com Lia, é essa exposição gradual a responsável pelos problemas mais sérios. “Para efeitos agudos a gente pode até ter uma dose de segurança, mas a exposição a baixas concentrações e a múltiplos agrotóxicos vai trazer, em longo prazo, câncer, doenças endócrinas e do sistema nervoso”, explica. Lia enfatiza que as intoxicações agudas até podem ser evitadas pelo uso correto de equipamentos de segurança por parte de quem lida com os agrotóxicos. Nesse sentido, garante, não se pode falar em uso seguro de agrotóxicos. “Enquanto as pessoas acreditarem em uso seguro de agrotóxicos, podem prevenir uma intoxicação aguda, mas não podem se prevenir da intoxicação crônica”, destaca. Cuidados Para se proteger, os especialistas recomendam à população procurar feiras agroecológicas ou mesmo fazer pequenas hortas caseiras para consumir itens sem agrotóxicos. “Se lavar o produto, só limpa de contaminação orgânica, não tira o agrotóxico. Descascar também não, porque ele entra pela raiz, está dentro [do alimento]”, alerta Lia. Além disso, para Carneiro, a população precisa se organizar em todos os níveis para lutar contra o uso de agrotóxicos e construir alternativas. “Tem que lutar contra esse modelo, aderir à Campanha Nacional contra os Agrotóxicos, criar seu comitê local na comunidade, isso é fundamental. É nessa perspectiva que a gente tem chances de mudar as coisas”, assegura. FONTE: http://www.brasildefato.com.br/node/9809
 VIA: http://pedlowski.blogspot.com.br/

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