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domingo, 5 de agosto de 2012

Emílio Ribas e CRT – DST/Aids estão em luta!


O CRT – DST/Aids e o Instituto Emílio Ribas têm em comum, além do atendimento de qualidade aos portadores de Aids e outras DSTs, a luta contra a privatização dos serviços de saúde. O Instituto de infectologia Emílio Ribas foi fundado a mais de 130 anos, e participou ativamente de todas as grandes epidemias já ocorridas até hoje, passando a atender a um número cada vez maior de doenças infecciosas. Tornou-se referência internacional no tratamento de doenças como meningites, sarampo, dengue, pneumonias, H1N1, coqueluche, sífilis e Aids. Apesar de todo esse histórico vem sendo sucateado pelo governo do estado. Faltam medicamentos, equipamentos, profissionais em todas as áreas - há muito tempo não é realizado concurso público para preencher as vagas - o espaço físico está degradado, não oferece condições adequadas de trabalho e consequentemente pode causar acidentes tanto para o trabalhador quanto para o paciente usuário de nossos serviços. O convênio com a Fundação Faculdade de Medicina só veio agravar esse quadro. Quem paga o preço são os trabalhadores e pacientes. Os trabalhadores, antes concursados e com 40% de insalubridade e jornada de trinta horas vão perdendo espaço para a Fundação - cujos interesses estão longe daqueles representados por saúde universal e gratuita - que contrata com jornada quarenta horas semanais e pagamento de 10% de insalubridade. Soma-se a esse deplorável cenário a falta de fraldas descartáveis, de medicamentos básicos como omeprazol, lazix e diazepam. Recentemente o Instituto Emílio Ribas recebeu o anúncio de que trataria agora dos 3200 pacientes antes atendidos pela Casa Aids – local para onde eram encaminhados os pacientes do Hospital das Clínicas – ou seja, de responsabilidade da Fundação Faculdade de Medicina - não trata-se aqui de sermos contra o atendimentos de tais pacientes, trata-se apenas de reconhecer que não há condições diante da sistemática falta de investimentos de receber número tão expressivo de pessoas necessitando de cuidados. Ainda assim essa transferência se deu agravando o quadro descrito. É aí que entra o CRT – DST/Aids, serviço de excelência no tratamento de portadores de Aids e DSTs e sede do Programa Estadual com histórico de 28 anos de atendimentos. Esse centro especializado recebeu da Secretária de Saúde do Estado de São Paulo no dia 10/07/2012 a notícia da determinação do fechamento de seus 24 leitos de internação. Para “tranquilizar” funcionários e pacientes, dizem que tais leitos seriam transferidos ao Emílio Ribas! Mais uma vez assistimos em São Paulo a luta de interesses na saúde de um lado a privatização – aqui representada pela Fundação – para a qual quanto maior o número de pacientes maior a possibilidade de lucros. Do outro lado a população e os trabalhadores que precisam do serviço para sobreviver. Se hoje temos no Brasil e, em especial em São Paulo, assistência de qualidade aos portadores de Aids, isso não se deu sem luta. O Instituto Emílio Ribas e o CRT –DST/Aids são símbolos dessa mobilização. Assim, é o momento de seguirmos na luta por direito à saúde e em sermos radicais ao afirmar “a nossa luta é todo dia, nossa saúde não é mercadoria”.
 FONTE: http://forumpopulardesaude.com.br/site/index.php/noticias/170-emilio-ribas-e-crt--dstaids-estao-em-luta

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